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Capital

Sem estrutura em MS, quem quer trocar de sexo tem que ir para RJ, GO ou SP

Ricardo Campos Jr. | 19/03/2015 16:36

Sem alternativa em Mato Grosso do Sul, quem planeja cirurgia de mudança de sexo pelo SUS tem que pedir vaga em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro ou Goiânia, locais mais próximos com estrutura necessária para atender aos pacientes. Segundo a presidente da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), Cristiane Stefanny Venceslau, a dificuldade faz com que muitas acabem fazendo uso indiscriminado de hormônios e implantes que, se mal administrados, tornam-se um risco à saúde.

Existe uma portaria do Ministério da Saúde que garante acesso e atendimento gratuitos em procedimentos transexualizadores, mas a determinação ainda não é cumprida em Campo Grande. Por meio da assessoria de imprensa, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) garante que será implantado até o fim do ano um ambulatório para atender à demanda na Capital.

Segundo Cristiane, o local já resolveria parte do problema, já que prestaria todo o atendimento prévio à cirurgia, como consultas com psicólogos, endocrinologistas, etc. O segundo passo, seria o credenciamento de um hospital local para fazer o procedimento, evitando de vez a ida para outras localidades em busca da mudança de sexo.

“Tem muitas meninas que estão esperando, mas ainda não têm nem por onde começar. Quem tem dinheiro para fazer a cirurgia particular hoje em dia se não conseguimos entrar no mercado de trabalho? Somos fragilizadas em todos os aspectos”, explica a presidente da Antra.

O caso já chegou aos ouvidos do MPE (Ministério Público Estadual), que abriu procedimento preparatório para apurar o não cumprimento da portaria ministerial. A 67ª Promotoria de Justiça publicou edital requerendo à prefeitura documentos e informações a respeito dos cuidados necessários para a operação. O município tem 20 dias para responder à solicitação.

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