Sem-terra adotam estratégia para cumprir ordem e continuar com acampamento
Após a chegada da ordem judicial que prevê a saída dos sem-terra que montaram acampamento às margens da BR-163, na saída para São Paulo, os acampados já traçaram estratégia para cumprir a ordem e ainda continuar no local.
Um dos sem-terra é Solon Valter da Luz, 60 anos. Ele conta que a os acampados que estão com barracos perto dos trilhos irão desmontar as moradias e levantar novas às margens da rodovia. Os acampados que já estão às margens da BR-163 observam a movimentação.
O processo para a retirada dos acampados do local foi ingressado à Justiça pela ALL (América Latina logística) contra o MAF (Movimento de Agricultura Familiar) no último dia 29 de setembro. O processo tramita na 16ª Câmara Civel da Capital e o mandado para reintegração de posse foi expedido ontem (1°) pelo juiz Marcelo Andrade Campos Silva.
A oficial de Justiça que foi ao acampamento por volta das 10 horas desta terça-feira não quis falar com a imprensa. Uma equipe da Polícia Militar continua no local para fazer a segurança da oficial e não deve haver necessidade de deslocamento do Batalhão de Choque da PM, já que parte dos sem-terra concordou em sair de perto dos trilhos.
Apesar de o clima parecer tranquilo na região, alguns acampados como Rosimeire Pereira, 30 anos, afirmam que não sairão dos barracos até que uma área fixa seja destinada. “Só saio daqui para a terra, é nosso objetivo”, diz.
Os acampados são ligados ao MAF (Movimento de Agricultura Familiar) e estavam na Gameleira. Eles mudaram de local para aumentar a pressão sobre o Governo para agilizar a desapropriação de terras para assentá-los. Eles também alegavam que tinha muita lama no acampamento anterior, onde chegaram até a receber luz elétrica e água.
