ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Sonhos de menino morto atropelado se dividiam entre futebol e canto

Guilherme Henri | 21/06/2016 13:09
Luiz Henrique Soares era uma criança alegre e extrovertida (Foto: Divulgação)
Luiz Henrique Soares era uma criança alegre e extrovertida (Foto: Divulgação)

Como a maioria dos garotos de sua idade, Luiz Henrique Soares, 5 anos, alimentava um sonho para o futuro: queria ser um famoso jogador de futebol. Também adorava as aulas de canto e esperava ansioso às sextas-feiras, quando o cardápio do projeto social, da Associação dos Amigos da Criança e do Adolescente, que participava é macarrão à bolonhesa, conta a professora Vera Lucia de Oliveira, 45 anos.

Porém, a trajetória do pequeno Luiz foi interrompida repentinamente na tarde de ontem (20), quando em um momento de distração o menino soltou a mão da irmã, de 14 anos, e foi até o meio da Rua Acrópole, no bairro Danúbio Azul, onde morreu ao ser atropelado por um motociclista de 17 anos. Ele voltava para casa na companhia dos irmãos, depois de passar a tarde no projeto.

Segundo a professora, Luiz era um dos mais novos dos cinco irmãos e mesmo com as dificuldades financeiras que a família enfrentava era uma criança alegre e extrovertida. “A última coisa que Luiz fez foi cantar na aula do coral”, desabafa a professora, que acompanhava o garoto no projeto de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h.

A última atividade que Luiz realizou no projeto foi uma aula de canto (Foto: Divulgação)
A última atividade que Luiz realizou no projeto foi uma aula de canto (Foto: Divulgação)

Para a presidente da associação, Elza Barbosa Coelho, 71 anos, o menino não foi apenas vítima de um piloto não habilitado, mas do trânsito caótico do bairro, que não possui sinalização. “Ruas sem lombada, placas e sinalização. Essa é a realidade do bairro, que ainda conta com motoristas em alta velocidade e motoristas não habilitados como o que atropelou Luiz”, afirma.

O cenário apontado pela presidente foi evidenciado no cruzamento próximo da igreja Batista, na rua Fenicia, onde o menino é velado: vias sem placas, sinalização ou redutores de velocidade. “A maioria dos cruzamentos são desse jeito”, completa ela.

O menino será sepultado às 15h, no cemitério Cruzeiro.

A maioria das ruas do bairro em que o menino morava não possuem sinalização (Foto: Guilherme Henri)
A maioria das ruas do bairro em que o menino morava não possuem sinalização (Foto: Guilherme Henri)
Nos siga no Google Notícias