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Capital

Superlotados, hospitais acumulam déficit mensal de R$ 7 milhões

Lidiane Kober | 03/07/2014 11:17
Principal hospital de MS, Santa Casa acumulará, a partir de julho, déficit de R$ 4,6 milhões mensais (Foto: Arquivo)
Principal hospital de MS, Santa Casa acumulará, a partir de julho, déficit de R$ 4,6 milhões mensais (Foto: Arquivo)

Superlotados, os hospitais de Campo Grande não conseguem fechar as contas e acumulam déficit de cerca de R$ 7 milhões por mês. Cientes da responsabilidade do município com o setor, as direções das unidades de saúde pedem socorro à prefeitura, que, por sua vez, bate na porta do Ministério da Saúde. A próxima peregrinação à Brasília será na semana que vem e a esperança é voltar com reforço financeiro.

Principal hospital do Estado, a Santa Casa convive com o maior déficit mensal. A partir de julho, segundo o diretor-presidente da instituição, Wilson Teslenco, a prefeitura termina de pagar dívidas anteriores e a unidade de saúde precisará de cerca de R$ 4,6 milhões a mais para fechar as contas.

“Tivemos recursos antigos, contas que a prefeitura devia e nos pagou nos seis primeiros meses do ano. Isso nos permitiu tocar até junho, mas o dinheiro acabou e, se não entrar mais recurso, a previsão é fechar o ano com déficit de R$ 28 milhões”, informou Teslenco.

Para driblar a dificuldade, a Santa Casa não cansa de bater na porta da prefeitura, responsável pela gestão da saúde no município. “Estamos negociando com o governo municipal, estadual e federal. Semana que vem vamos a Brasília”, contou o presidente da instituição. “Também estamos realizando estudo interno para tentar enxugar os gastos”, acrescentou.

Atualmente, só com o pagamento de salários dos funcionários, a Santa Casa desembolsa R$ 11 milhões por mês. O repasse do SUS (Sistema Único de Saúde) é de R$ 15 milhões mensais.

Hospital do Câncer - No início do mês, representantes do Hospital do Câncer Alfredo Abrão se reuniram, pela segunda vez, com o prefeito Gilmar Olarte (PP) e o secretário municipal de Saúde, Jamal Salém em busca de solução para acabar com o déficit mensal de R$ 400 mil. No total, o hospital acumula dívida de cerca de R$ 12 milhões.

Na reunião, o diretor-presidente da instituição, Carlos Alberto Coimbra, informou o risco de suspender serviços laboratoriais pela falta de pagamento aos fornecedores. Ele ainda revelou atraso de dois meses no salário de médicos.

Diante das dificuldades, o hospital reivindica a União incremento no repasse federal de R$ 584 mil para R$ 907 mil. Com incentivo do município, a proposta é aumentar o repasse de R$ 177 mil para R$ 1,3 milhão.

Além do pedido de socorro das duas unidades de saúde, representantes do Hospital Psiquiátrico Nosso Lar e do Hospital São Julião também bateram na porta da prefeitura.

Pressionado de todos os lados, Jamal deposita as esperanças em reunião com a cúpula do Ministério da Saúde, na próxima quarta-feira (9). “Temos sinalizações positivas no sentido de receber um aporte financeiro”, destacou o secretário. Segundo ele, o pleito é de um incremento de R$ 7 milhões a fim de garantir aos hospitais recursos para fechar as contas mensais.

Hospitais públicos – Com natureza pública, os Hospitais Regional e Universitário admitem que a demanda exige mais investimentos, no entanto, precisam fechar as contas com o dinheiro previsto no orçamento.

O Hospital Regional, segundo a assessoria de imprensa do Governo do Estado, gasta, por mês, R$ 20 milhões. Do total, R$ 4 milhões saem dos cofres do SUS e R$ 16 milhões do Tesouro Estadual. “Devido à sua natureza pública, a unidade não acumula déficit, tem que fazer caber tudo dentro do orçamento”, explicou a assessoria.

De responsabilidade da União, o Hospital Universitário recebe R$ 2 milhões do SUS por mês para manter 246 leitos e os demais serviços.

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