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Capital

Artefatos viram tema de conversas e motivo de medo entre vizinhos

Paula Maciulevicius | 02/05/2012 19:58

Cigcoe investiga quarto caso de artefato militar achado em residência na Capital

"Vizinha" da bomba, Maria Cristina tem hoje medo do próprio quintal. (Foto: Pedro Peralta)
"Vizinha" da bomba, Maria Cristina tem hoje medo do próprio quintal. (Foto: Pedro Peralta)

O que antes não representava perigo algum, passou a deixar a vizinhança com medo. Até poucos dias atrás, os artefatos militares encontrados nos bairros Nova Campo Grande e Los Angeles não passavam de suporte para porta, para amassar latinhas ou ainda mais um objeto jogado no fundo de um quartinho.

Nos dois bairros não se fala outra coisa e nessa quarta-feira os militares da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) receberam a informação de outro caso de artefato em residência, que ainda está sendo checado.

No Nova Campo Grande é bomba para cá, bomba para lá, seguido de frases de espanto pela proximidade do objeto com a vizinhança.

“Quem ia imaginar que era uma coisa perigosa? Era tão normal, eu passava ali na frente e via na porta da casa dela. Depois fiquei meio apavorada. E se estoura enquanto a gente está passando?” comenta a dona de casa Cristina Pereira, 33 anos.

A notícia correu no bairro pela movimentação e também pelas crianças. O menino Lucas de Oliveira, 10 anos, foi quem avisou, após encontrar o primeiro artefato na construção, que a vizinha tinha uma parecida em casa.

“Era tipo uma pedra que segurava o portão. Nem chamava a atenção”, conta.

Na imaginação dos meninos, a munição poderia trazer outros riscos, além da explosão. “Eu não achei que fosse explodir não, mas achei que ia acontecer alguma coisa, da vizinha ir pra Polícia porque tinha uma bomba em casa”, relata Michael Santana Felix, 13 anos.

Vizinha da “bomba”, Maria Cristina Oliveira Costa, 39 anos, está com medo até do próprio quintal. Moradora há 17 anos no bairro, ela está com receio de começar uma reforma. “Estou com medo, queria mexer no fundo, mas é muito perto. Vai que tem outra aqui e explode?”.

No bairro Los Angeles, onde o terceiro artefato foi encontrado, a família que abrigava o objeto foi quem procurou a Polícia. A munição foi destruída nessa quarta-feira seguindo o mesmo procedimento das demais, na área rural de Campo Grande.

“Já pensou se explode? Ninguém ia saber, só se tivesse sobrado algum pedacinho”, fala moradora do Los Angeles.(Foto: Pedro Peralta)
“Já pensou se explode? Ninguém ia saber, só se tivesse sobrado algum pedacinho”, fala moradora do Los Angeles.(Foto: Pedro Peralta)

A dona da casa, Celina Ferreira Alves, 66 anos, conta que o marido trouxe a bala da chácara há mais de 10 anos. “Um belo dia ele apareceu com isso aqui rolando pelo chão. Agora que meu filho viu e chamamos a Polícia para buscar com medo das crianças”, diz.

Na casa ninguém acreditava que a “velharia” jogada no fundo de um quartinho pudesse estourar. “Nunca pensamos nisso aí como perigo”.

Os vizinhos de dona Celina ficaram sabendo do risco que correram durante anos com a movimentação da Polícia. A aposentada Nair Ferreira, 73 anos, relata que o objeto estava guardado havia muito tempo.

“Já pensou se explode? Nós não íamos nem saber, ninguém ia saber, ia lembrar. Só se tivesse sobrado algum pedacinho”, fala.

"Achados" - A terceira munição encontrada em apenas uma semana na Capital estava em uma residência no bairro Los Angeles. O artefato foi recolhido por policiais da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) e detonada nessa quarta-feira, seguindo o mesmo procedimento dos demais, em uma área rural de Campo Grande.

As duas primeiras munições estavam no bairro Nova Campo Grande. A primeira delas em uma obra do grupo Brooskfield e a segunda em uma residência, bem próximo da obra.

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