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Cidades

Chuva iniciou ano provocando morte e fecha com estragos

Redação | 30/12/2008 14:39

Desconhecido, o técnico em eletrônica Dionízio Ferreira virou manchete dramática em 2008, como um dos casos mais estúpidos produzidos pela cidade no ano que termina amanhã. Durante reportagem sobre enxurrada na avenida Mato Grosso, o Campo Grande News se deparou com o corpo, ao lado de uma bicicleta.

Dionísio morreu vítima da enxurrada da tarde de 1º de abril, ao cair em um buraco na Rua Goiás, no trecho entre as ruas Abrão Júlio Rahe e Das Garças. Deixou três filhos, aos 64 anos.

O ano começou com os reflexos da falta de drenagem na Capital, com prejuízos para comerciantes no Jardim dos Estados, motoristas que tiveram veículos levados pela força da água e moradores com casas invadidas pela lama.

No Jardim Anache, o resultado da tempestade é presente até hoje, nove meses após chuva que abriu uma cratera de 10 metros na principal avenida de acesso ao bairro. No dia 13 de março, a água levou asfalto e retalhou as ruas. Pelo bairro, a presidente da associação de moradores, Andréia Luciana Silva, comentou os estragos. "Em 25 anos nunca vi uma coisa dessas".

Mas o impacto não ficou restrito a região da saída para Cuiabá. Até maio, imagens de enxurrada foram vistas com intensidade em Campo Grande, inclusive em bairros nobres como Itanhangá Parque e região do Shopping Campo Grande.

Em setembro, a cidade começou a testar as obras de drenagem, após dois anos de grandes transtornos, causados pelas enchentes. Ao longo do processo, muito se perdeu em dinheiro, com pedaços de obras ao longo dos córregos sendo levados a cada tempestade.

Aliado ao desperdício, por conta de uma intervenção iniciada justamente em temporada de chuva, o adiamento freqüente das finalizações frustrou o campo-grandense. As frentes andaram a passos lentos em 2008, muitas vezes interrompidos pelo mau tempo.

Só no segundo semestre a mudança começou a ser vista. As alterações incluíram retificação do nível do asfalto na avenida Paulo Coelho Machado (antiga Furnas), na esquina com a avenida Afonso Pena. O local era tomado por uma depressão e, em épocas de chuva, acumulava água em níveis que cobriam os carros.

Na Avenida Ceará a drenagem começou pelas imediações da Joaquim Murtinho, seguindo até a rua das Garças. Também foram construídas barragens no córrego Sóter e feitas obras no prosa e no Segredo.

Para 2009 - Avaliação feita em outubro mostrou necessidade de investimentos ainda ao longo dos córregos Prosa, Segredo e outros três pontos da cidade. Professor da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e diretor da Rhama Consultoria, Pesquisa e Treinamento Ambiental, Carlos Tucci percorreu a cidade ao lado do prefeito e verificou que dois trechos do Córrego Anhanduizinho e um do Vendas correm risco de desbarrancar.

De acordo com o prefeito, a administração municipal já tem recursos para as obras dos dois pontos críticos do Córrego Anhanduizinho, na Avenida Ernesto Geisel. O orçamento está previsto no Programa de Contenção de Enchente, cujo valor total é de R$ 25 milhões.

Já a intervenção na região do córrego Vendas deverá ser incluída no pacote de obras do Prosa, previsto no Plano Diretor de Drenagem de Águas Pluviais.

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