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Cidades

Especialistas dão dicas para evitar mortes na corrida ou academia

Aline dos Santos | 13/10/2014 15:08
Antes de iniciar uma atividade física ou durante a corrida, pessoa deve ficar atenta aos sinais do corpo (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Antes de iniciar uma atividade física ou durante a corrida, pessoa deve ficar atenta aos sinais do corpo (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Mortes durante atividades físicas – como a do participante da meia maratona e de uma mulher que teve AVC (Acidente Vascular Cerebral) na academia – acendem o alerta sobre o mal súbito. Especialistas ouvidos pelo Campo Grande News reforçam que não há uma receita pronta, mas há fatores que podem ser decisivos na redução de riscos: avaliação médica, orientação profissional, respeito ao limite do corpo e, até mesmo, sinceridade.

De acordo com o cardiologista e especialista em medicina esportiva, Luiz Ovando, o primeiro marco para começar uma atividade física é a idade. “Com 35 anos ou mais, saudável ou não, tem que fazer avaliação clínica para ver está tudo bem. De 35 anos para baixo, em princípio, não precisa, mas ser tiver fator de risco, como pressão alta, diabetes, tabagismo, histórico familiar de infarto, sedentarismo muito intenso tem que fazer a avaliação e traçar a estratégia de treinamento”, afirma o especialista.

Os sinais do corpo durante o exercício também não podem ser negligenciados. “Ele dá sinais. Cansaço, tontura, dor no peito. Mas não acredita no que sente. Corre a meia maratona, fica emocionado, não quer parar. Mas diante da ameaça tem que parar”, alerta o médico.

Além de assessorar na forma correta de praticar as atividades, o educador físico vai ajudar a pessoas a conhecerem os próprios limites. “Faz um treinamento leve para sentir a resposta. Aperta um pouquinho mais, ao poucos vai conhecendo”, afirma o professor de educação física Rudnei Souza Alves, do grupo vo2 corrida de rua.

Na atividade física, a mentira também é fator de risco. “O aluno mente para o professor, não come direito, vai a uma festa antes da corrida. A gente fala para se alimentar direito e come churrasco, consome bebida alcoólica”, diz Rudnei, sobre as condutas que podem comprometer o rendimento e a saúde na atividade física.

Os atletas de internet também tiram o sono dos educadores físicos. Pegar nas redes sociais a receita da corrida de terceiros nem sempre acaba em bons resultados. “Divulga no Instagram o que ele fez e um monte de gente faz a mesma coisa. Não é assim. Tem o princípio da individualidade. Como a medicação que tem que ser de acordo com o paciente, com o seu peso corporal. Na atividade física é a mesma coisa”, salienta o educador físico.

Durante a prática de qualquer esporte – seja corrida, futebol, futsal, vôlei – sempre cabe o alerta de ficar atento a sintomas como desmaio, tontura, vômito. “São defesas do organismo para preservar a vida. Se viu o sinal e continuou, não tem jeito”, reforça Rudnei.

Feito com avaliação médica e orientação profissional a atividade física faz sim muito bem à saúde. “A gente tem que ter algum cuidado, fazer avaliação adequada. Mas o exercício é fundamental. Se fizessem mais exercício, teria menos obesidade, pressão alta, diabetes”, afirma o médico Luiz Ovando.

Casos - Juliano Batista, de 30 anos, morreu ontem na Volta das Nações, em Campo Grande. Ele sofreu parada cardiorrespiratória perto a um quilômetro de concluir a meia maratona. Juliano veio de Várzea Grande (MT) com o irmão para participar da prova. A Polícia Civil vai abrir inquérito de morte a esclarecer.

O regulamento da Volta das Nações recomenda rigorosa avaliação médica, incluindo realização de teste ergométrico. No entanto, não é uma exigência. No termo de responsabilidade individual, o atleta declara que "estou ciente do meu estado de saúde e de estar capacitado para a participação, gozando de saúde perfeita e de haver treinado adequadamente para este evento".

No mês passado, a professora Anna Rita Caixeta Costa, 50 anos, morreu no HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian após sofrer um AVC na academia que frequentava há 15 anos.

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