ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEXTA  29    CAMPO GRANDE 23º

Cidades

Explosão de agência bancária foi ação do "Novo Cangaço", diz polícia

Forma de agir dos criminosos, com muita violência e armas pesadas, é mais comum no norte e nordeste do país

Leandro Abreu | 01/07/2016 16:09
Da esquerda para a direita, Wellington Xavier, Wemerson Alves, José Ronaldo dos Santos e Márcio Rodrigues foram presos pelo Garras durante a investigação. (Foto: Fernando Antunes)
Da esquerda para a direita, Wellington Xavier, Wemerson Alves, José Ronaldo dos Santos e Márcio Rodrigues foram presos pelo Garras durante a investigação. (Foto: Fernando Antunes)

"Novo Cangaço". Assim é conhecida ações como a da noite de terror ocorrida em Sonora, no dia 18 de abril, quando uma quadrilha de sete bandidos parou a cidade, metralhou batalhões e delegacia de polícia e explodiu a única agência do Banco do Brasil local, causando um prejuízo de mais de R$ 1 milhão.

Uma forma de os criminosos agirem usando muita violência e armamento pesado é mais comum nas regiões norte e nordeste do país. De nove envolvidos no total, entre assaltantes e os que colaboraram na fuga, quatro foram presos, três estão identificados, mas continuam foragidos e outros dois ainda não estão identificados pela Polícia Civil, que apresentou na tarde desta sexta-feira (1) um balanço dos trabalhos de investigação.

De acordo com o delegado Fábio Peró, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), que comandou as investigações na cidade e em estados vizinhos, não se descarta a possibilidade de mais pessoas terem participado da ação. José Ronaldo dos Santos, 40 anos, Wellington Xavier, 37 anos e Márcio Rodrigues, 38 anos, foram presos em Várzea Grande, no Mato Grosso. Já Wemerson Alves, 32 anos, foi encontrado pela polícia em Goiás.

Delegados Fábio Peró e Edilson dos Santos do Garras, e Francis Freire, de Sonora, apresentaram os primeiros resultados da investigação nesta sexta-feira (1°). (Foto: Fernando Antunes)
Delegados Fábio Peró e Edilson dos Santos do Garras, e Francis Freire, de Sonora, apresentaram os primeiros resultados da investigação nesta sexta-feira (1°). (Foto: Fernando Antunes)
Cerca de 14 kg de explosivos e 51 metros de fiação explosivas foram encontradas em barril enterrado na casa de suspeito. (Foto: Fernando Antunes)
Cerca de 14 kg de explosivos e 51 metros de fiação explosivas foram encontradas em barril enterrado na casa de suspeito. (Foto: Fernando Antunes)

Ainda estão foragidos e identificados Bruno Saraiva, 30 anos, Ronalth Correia, 35 anos e o chefe da quadrilha, Waldir Duque, 32 anos, que chegou a ter sua casa vistoriada pela polícia em Goiânia, mas ninguém foi encontrado. Somente os familiares estavam presentes.

“Os integrantes vivem se mudando e moram principalmente nos Estados do Pará, Tocantins, Goiás e Mato Grosso. Esse tipo de ação do Novo Cangaço não é a primeira vez que ocorre aqui em Mato Grosso do Sul, mas é bem conhecida e realizada no norte e nordeste do país”, comentou Peró.

As prisões foram feitas pelo Garras em parceria com a Delegacia de Sonora, o GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado) de Cuiabá (MT) e a Delegacia de Roubo a Banco de Goiânia (GO). “Escolheram Sonora pela posição geográfica, para facilitar a fuga para o Mato Grosso, e pela economia da cidade, que tem uma usina e circula muito dinheiro. Já é feito um trabalho de inteligência em parceria com outros Estados sobre quadrilhas especializadas em roubo de bancos, mas o que dificulta muito o trabalho da polícia é a forma como eles se reúnem e agem muito rápido”, explicou o titular do Garras, delegado Edilson dos Santos.

Dois carros usados no crime, 14 kg de explosivos e 51 metros de fiação explosiva foram apreendidas nas ações policiais. Os explosivos estavam escondidos dentro de um barril enterrado no quintal da casa de Márcio, em Várzea Grande. Conforme o Garras, essa quantidade de explosivo poderia ser usada para pelo menos mais cinco assaltos nas mesmas proporções e estragos dos realizados em Sonora.

Banco ficou totalmente destruído após explosões e prejuízo atingiu aproximadamente R$ 1 milhões. (Foto: Direto das Ruas)
Banco ficou totalmente destruído após explosões e prejuízo atingiu aproximadamente R$ 1 milhões. (Foto: Direto das Ruas)

Novo Cangaço – Na madrugada do dia 18 de abril, por volta das 2h30, sete homens com fuzis calibre 5.56 mm, submetralhadoras 9 mm, escopetas calibre 12 e pistolas .40, chegaram na cidade pela fronteira com Mato Grosso. Eles se dividiram em três equipes. Uma ficou em frente ao batalhão e delegacia de polícia do município, realizando rajadas de disparos para que os agentes não pudessem impedir a ação. Outro grupo ficou em frente da agência do Banco do Brasil, também atirando em rajadas para o alto, enquanto a terceira equipe foi para dentro do banco e explodiu os cofres.

Ao todo, cerca de R$ 795 mil em dinheiro foram levados e o prejuízo em toda a agência foi contabilizado em R$ 1 milhão. Os ladrões afirmaram terem levado cerca de R$ 500 mil, pois muitas cédulas são perdidas com a explosão. Nenhum valor foi recuperado até o momento com os presos. Eles alegam que eram muitos envolvidos, que o dinheiro foi dividido e usado para pagar contas e comprar alguns bens. Na fuga, dois reféns foram levados, mas liberados em seguida.

Nos siga no Google Notícias