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Cidades

Histórias de amor e dedicação na lista dos aprovados do Sisu em MS

Ricardo Campos Jr. e Aline dos Santos | 26/01/2015 16:57
Gabriela com a foto do namorado, que mora na Áustria (Foto: Marcos Ermínio)
Gabriela com a foto do namorado, que mora na Áustria (Foto: Marcos Ermínio)
Na parede restaram os lembretes das fórmulas que usava para estudar (Foto: Marcos Ermínio)
Na parede restaram os lembretes das fórmulas que usava para estudar (Foto: Marcos Ermínio)

Durante cinco dias, o futuro da estudante Gabriela Palhano e outros 2,7 milhões de estudantes no Brasil estava em jogo na etapa de inscrições do Sisu (Sistema de Seleção Unificado), porta para maioria das universidades públicas do país. Nesta segunda-feira (26) chegou a hora de ver o nome na lista: 7º lugar em medicina na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Agora, com os pés no ensino superior, a jovem se divide entre o sonho de se tornar cirurgiã e o namorado Bernd, que conheceu na época em que morou na Áustria para terminar o ensino médio.

Contudo, assim como o intercâmbio foi a primeira etapa de uma exaustiva rotina de estudos que durou três anos na vida da jovem, ela pretende seguir um passo de cada vez. Ela pode até terminar a faculdade em Viena, mas precisa ter concluído pelo menos o segundo ano da graduação aqui. “Eu fico um pouco dividida. Eu abominava relacionamento à distância. Primeiro eu vou começar a faculdade e vou ver como que eu vou estar daqui a dois anos”, pondera.

Gabriela já está acostumada com sacrifícios. Voltou de viagem em 2012, passou 2013 e 2014 fazendo cursinho e aproveitava o tempo livre repassando os conteúdos. No quarto dela, lembretes coloridos com as fórmulas de física, matemática e química ainda estão pregadas na parede. Uma lembrança que ficou de uma época em que não tinha tempo para a balada.

“Eu deixei bastante de sair. Se eu saía, acabava perdendo o final de semana inteiro. Ficava na escola até a noite. Só de aula, era das 7h até as 15h30, mas eu ficava até as 21h estudando por conta na escola. Com certeza se tem que abrir mão de alguma coisa para estudar. Aí deu tudo certo”, relata.

A estudante já fez questão de espalhar a boa notícia e já está juntando a documentação para fazer a matrícula. “Eu postei no Facebook que tinha passado. A família já soube. Minha mãe, minha irmã, a família toda ficou muito feliz. Bastante gente começou a ligar aqui em casa. Agora é bem diferente. Já têm veteranos falando comigo o tempo inteiro, me colocando em grupos nas redes sociais. Para as aulas estou ansiosa. Acho que vai ser bem divertido. Com a idade que eu tenho e com a maturidade, eu acho que estou pronta”, completa.

Artur Ferrer Sandre Melo (à esquerda), ao lado do irmão Vitor. Ambos felizes por terem conseguido a vaga dos sonhos: medicina na UFRJ. (Foto: Divulgação)
Artur Ferrer Sandre Melo (à esquerda), ao lado do irmão Vitor. Ambos felizes por terem conseguido a vaga dos sonhos: medicina na UFRJ. (Foto: Divulgação)

A nota mil na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi o prenúncio de que essa segunda-feira também traria boas novas para o estudante Artur Ferrer Sandre Melo, 19 anos. Feliz, ele conta que conseguiu a vaga dos sonhos: cursar Medicina na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Ele desistiu do curso de Direito na mesma instituição, voltou para Campo Grande e iniciou uma maratona de estudos para seguir a real vocação. Artur diz que não hesitou em trocar a vaga já assegurada por um novo desafio. “A decisão não foi tão difícil assim, estava claro o que eu queria. Tive muito apoio da família”, conta. A nota de corte para o curso na UFRJ foi de 803,49. Ele ficou em 15º lugar.

Aluno do colégio Bionatus, Artur mantinha média diária de dez horas de estudos. Mas, enfatiza que teve o cuidado de manter um tempo livre para esvaziar a mente e dar conta da pressão. “É importante também ter tempo de descanso para a cabeça, ter cuidado com a carga mental. Procurava não fazer nada relacionado a raciocínio. Andava de bicicleta, esporte, atividade ao ar livre”, diz.

O rapaz vai se mudar de novo para o Rio de Janeiro após o Carnaval. Lá, se juntará ao irmão, aluno do terceiro ano de Medicina da UFRJ. Nos próximos seis anos, pretende aprender muito para chegar a outro sonho: especialização na área de neurologia. “Mas ainda é cedo para falar”.

Após uma rotina de doze horas de estudos diários, a aprovação em engenharia na UFMS também não foi surpresa para Mariana Campos. “Eu só estudava. Com certeza isso foi determinante na aprovação”, diz.

Ela ainda não conseguiu ver a colocação. Sabe que passou porque consultou o nome na lista geral. Acredita que o site esteja congestionado tendo em vista a quantidade de acessos. No entanto, o importante é ter conseguido seu objetivo.

“Todo mundo já está sabendo. Minha mãe saiu ligando para todo mundo. Estou bastante feliz”, conta.

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