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Cidades

Índios dizem que só vão deixar prédio da Saúde se houver troca de chefe

Aliny Mary Dias | 19/09/2013 15:47
Prédio do Dsei está ocupado desde ontem (Foto: Pedro Peralta)
Prédio do Dsei está ocupado desde ontem (Foto: Pedro Peralta)

Responsável pela saúde de 68,8 mil índios de 13 aldeias de Mato Grosso do Sul, o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena), criado há 3 anos, trata os índios com descaso, segundo relatos dos indígenas. A revolta é tanta que os 45 índios que ocuparam a sede do órgão em Campo Grande, na manhã de ontem (18), continuam no local e prometem só sair do prédio se houver diálogo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Os indígenas, em maioria da etnia Terena, vieram de várias aldeias do Estado. Eles exigiram uma conversa com o chefe do Dsei, Nelson Olazar, mas afirmam que não foram bem recebidos e uma equipe da Polícia Federal acabou sendo chamada por Olazar.

Diante da falta de diálogo, os indígenas ocuparam o prédio localizado na Via Park e afirmam que não irão sair do local. A expectativa é que mais índios de outras regiões do Estado se juntem ao movimento e a ocupação aumente nos próximos dias.

Entre os indígenas, o pedido é unânime, todos querem a saída do chefe. As reclamações são inúmeras, mas a principal é não haver ambulâncias e veículos suficientes para transportes de doentes.

Na região de Ipegue, em Aquidauana, a 135 quilômetros da Capital, mais de 7 aldeias são atendidas pelo Dsei. Pedro Terena, de 47 anos, conta que a falta de estrutura é tanta que cinco pacientes que fazem hemodiálise são levados na carroceria de um veículo.

“É a nossa situação mais grave. Esses pacientes vão três vezes por semana para a cidade e não têm veículo adequado. Nós só queremos o básico que é a dignidade para o nosso povo”, explica.

Índios estão em prédio e exigem novo chefe (Foto: Pedro Peralta)
Índios estão em prédio e exigem novo chefe (Foto: Pedro Peralta)

Os índios dizem que não impediram a ida de funcionários do Dsei ao trabalho nesta quinta, mas Olazar teria ligado para os servidores e os ameçou para que não fossem. “Ele ligou e falou para as pessoas não virem para parecer que a gente está expulsando. Nós só queremos o atendimento para nossa saúde”, conta.

O movimento deve ganhar mais força ainda hoje com a chegada de uma comissão de líderes que participavam do bloqueio da BR-262 em Miranda.

A reportagem do Campo Grande News tentou contato com Nelson Olazar, mas até o fechamento desta matéria as ligações não foram atendidas.

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