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Interior

Delegacias no interior de MS estão em condições precárias, segundo sindicato

Segundo levantamento, unidades não possuem condições adequadas de trabalho aos policiais e oferecem risco à população

Fernanda Yafusso | 23/10/2016 20:31
Celas na delegacia de Miranda (Foto: Sinpol-MS)
Celas na delegacia de Miranda (Foto: Sinpol-MS)

O Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) realizou um levantamento sobre a situação dos prédios das delegacias no interior do Estado. Segundo o sindicato, as unidades estão com a estrutura totalmente precária e em algumas unidades, tem oferecido risco para a população.

A situação das delegacias no interior de Mato Grosso do Sul tem sido acompanhada há um ano pelo sindicato. Em muitos casos as estruturas, oferecem riscos tanto para a população, pois existe uma chance maior dos presos fugirem, quanto para os servidores que estão atuando nas unidades, pois não possuem nenhuma condição digna de trabalho.

Segundo o levantamento, na unidade do município de Bela Vista, por exemplo, os veículos apreendidos ficam expostos no pátio da delegacia em meio ao mato alto. A parede da delegacia, segundo o sindicato, estão com infiltração e rachaduras.

É possível ver nas fotos, que no chão do local no lado de fora, existe um buraco por onde presos conseguiram escapar. Além disso, as instalações elétricas da delegacia estão estragadas ou não existem.

Nas unidades de Itaquiraí e Fátima do Sul, as grades de algumas celas possuem uma abertura que facilita a fuga dos presos custodiados no local. Já a delegacia em Miranda, a situação é pior. Além da depredação causada pelos presos durante a fuga em massa ocorrida há três meses, as paredes do local estão com infiltrações, falta de pintura e as celas com a fiação danificada ou inexistente.

Destruição - Na noite da última sexta-feira (21), 18 presos iniciaram um motim na delegacia de Chapadão do Sul, distante 321 km de Campo Grande e quebraram beliches, atearam fogo e destruíram as grades da cela. A PM (Polícia Militar) foi acionada para ajudar a conter os detentos. A confusão iniciou com Cristiano Paulo Costa, segundo o registro policial, após ser detido por volta de 19h30 e com isso, ficou muito nervoso, se debatendo contra as grades da cela.

Motivados por Cristiano, os presos começaram o motim. A PM foi acionada e entraram na carceragem usando dois capô de veículos como escudo, pois os presos estavam jogando blocos de concretos nos policiais que tiraram das paredes da delegacia.

Buraco por onde presos conseguiram escapar em Bela Vista (Foto: Sinpol-MS)
Buraco por onde presos conseguiram escapar em Bela Vista (Foto: Sinpol-MS)
Cela em Fátima do Sul oferece risco aos policiais (Foto: Sinpol-MS)
Cela em Fátima do Sul oferece risco aos policiais (Foto: Sinpol-MS)

Fuga em massa - Há três meses, a delegacia da Polícia Civil de Miranda foi depredada por onze presos durante uma fuga em massa. Desde então, o local não passou por uma reforma na estrutura.

Durante a fuga em massa na delegacia de Miranda, os detentos quebraram cadeados, danificaram alojamentos e arrombaram a porta do cartório criminal. Além de terem tentado arrombar a porta do depósito externo, onde são guardados entorpecentes apreendidos.

Uma manifestação em frente a delegacia foi realizada pelos policiais no dia 15 de agosto. Organizada pelo sindicato, os policiais passaram o dia inteiro informando os moradores da região sobre a situação em que se encontrava a unidade policial.

Falta de efetivo - Segundo levantamento realizado pelo Sinpol-MS , atualmente das 126 delegacias existentes no Estado, 106 possuem celas com aproximadamente 90% de presos custodiados.

A média é de 1 mil pessoas, em sua maioria, custodiados que estão cumprindo sentença judicial em regime fechado, semiaberto e aberto, e que não estão recebendo nenhuma medida de ressocialização.

Nesses locais onde os presos se encontram atualmente não é adequado para a permanência de pessoas já condenadas.

Ainda segundo o sindicato, o déficit de efetivo é de aproximadamente 800 policiais civis nas funções de escrivão, investigador, agente de polícia científica e perito papiloscopista.

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