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Interior

Estudante que mentiu sobre estupro pode pegar oito anos de prisão

Universitária de 19 anos foi indiciada por denunciação caluniosa após acusar o ex-namorado para esconder sexo com homem casado

Helio de Freitas, de Dourados | 06/05/2016 11:23

A estudante universitária de 19 anos que inventou ter sido estuprada por um ex-namorado para esconder da família que tinha feito sexo com um homem casado, pode ser condenada à prisão pela mentira contada à polícia. O homem acusado pelo falso crime continua preso em Dourados, a 233 km de Campo Grande, onde o caso ocorreu, no dia 4 de abril.

Aluna do curso de letras da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), ela foi indiciada por denunciação caluniosa.

O crime é previsto no artigo 339 do Código Penal – “Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente”. A pena é reclusão de dois a oito anos e multa.

Foi tudo mentira – A verdadeira história sobre o suposto estupro, que teria ocorrido na Cidade Universitária, onde Uems e UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) têm campus, foi revelada em entrevista coletiva ontem à tarde, na Polícia Civil, pela titular da Delegacia da Mulher na cidade, Paula Ribeiro dos Santos Oruê.

A estudante praticou sexo com o homem casado no prédio da antiga biblioteca municipal, na Praça Antonio Alves Duarte, área central de Dourados, próximo ao terminal de transbordo, onde os universitários pegam o ônibus para chegar ao campus.

Como era virgem, a universitária apresentou sangramento e chegou em casa com as roupas sujas. O fato chamou a atenção da mãe, que quis saber o que tinha ocorrido. Como não podia contar a verdade, a estudante culpou o presidiário, com quem tinha se envolvido em 2014. A polícia acredita que ela tinha mágoa do ex-namorado, por isso o acusou.

Família critica exposição – A atual mulher do homem acusado injustamente e o irmão dele criticaram a prisão sem provas e a divulgação da identidade do presidiário. Segundo os familiares, ele começou a receber ameaça de morte até de universitários. Internos da penitenciária teriam mandado recado que estavam esperando a chegada dele na unidade, para matá-lo.

A pedido do defensor público que atua no caso, o homem foi mantido na 1ª Delegacia de Polícia, onde está preso por quebrar o regime semiaberto e pela denúncia de estupro.

“Estamos vivendo uma situação muito difícil. Eu temo pelos meus filhos, pois estou sofrendo ameaças na rua. As pessoas apontam o dedo pra gente. Ele já recebeu diversas ameaças, inclusive de morte. Toda a minha família está com medo”, disse a mulher do presidiário, que pediu para não ter seu nome divulgado.

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