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Interior

Famílias de sem-teto são despejadas e prefeitura cede terreno para acampamento

Helio de Freitas, de Dourados | 09/10/2014 15:32
Caminhão da prefeitura ajuda na remoção de famílias de área no Jardim Clímax, em Dourados (Foto: Eliel Oliveira/Diário MS)
Caminhão da prefeitura ajuda na remoção de famílias de área no Jardim Clímax, em Dourados (Foto: Eliel Oliveira/Diário MS)

Pelo menos 90 famílias sem-teto que desde janeiro ocupavam a área destinada para a construção de um residencial, no Jardim Clímax, região oeste de Dourados (a 233 km de Campo Grande), começaram ontem a deixar o local, em cumprimento a ordem judicial.

Usando caminhões da prefeitura para fazer a mudança, as famílias estão se instalando em um terreno do município próximo à Embrapa, na saída para Caarapó, onde vão permanecer até serem atendidas com uma casa popular. Assim que as famílias foram retiradas, tratores da prefeitura entraram no acampamento e começaram a derrubar os barracos.

Acompanhada pela Guarda Municipal e Polícia Militar, a reintegração de posse tinha sido definida em reunião no dia 24 de setembro, na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). O prazo dado pela Justiça para desocupação do terreno terminaria nesta sexta-feira, dia 10.

Entre os acampados, no entanto, a saída de uma área perto do centro para outra, longe da cidade, é motivo de reclamação. Ao jornal “Diário MS”, Jaqueline dos Santos Silva, 25 anos, criticou a desocupação: “chegaram aqui às 6h, já com o trator derrubando os barracos. Mandaram a gente para um lugar longe. É um absurdo. Só queremos uma casa para morar”.

Já o pedreiro Henrique Diniz, entrevistado pelo site “Dourados News”, afirmou que não vai para o terreno cedido pela prefeitura. “Disseram que se não saísse hoje iam derrubar tudo, então estou indo procurar algum lugar para mim e para minha família, não vou para aquele terreno, fica distante de tudo, é pequeno demais. O jeito vai ser voltar a pagar aluguel”.

A Secretaria Municipal de Planejamento informou que foram feitas reuniões com os moradores sobre a mudança deles para a nova área. O Departamento de Habitação, ligado à mesma secretaria, explica que essas famílias estão cadastradas no local e aguardam na fila para receber uma casa de programas populares. O terreno para onde as famílias estão sendo levadas foi apenas “emprestado” pela prefeitura até que os sem-teto tenham outro local para morar.

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