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Interior

Mesmo sem vagas, 5 alunos foram transferidos para curso de Medicina da UFGD

Viviane Oliveira | 16/08/2011 15:05

A universidade disse que as vagas disponibilizadas estavam sobrando

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal) mesmo sem vagas, cinco alunos foram transferidos para o curso de medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). Com os cinco alunos transferidos do curso de nutrição, através de processo interno de mobilidade, passariam a ter 315 alunos no curso.

De acordo com a direção da Faculdade de Medicina, não existem vagas sobrando no curso. Segundo a direção, existe excesso de acadêmicos, tendo sido apresentada lista nominal de alunos matriculados em atendimento a requisição do MPF.

Em resposta ao órgão, feita a semana passada em que determinava a suspensão do processo de mobilidade interna, a UFGD disse que as vagas disponibilizadas estavam sobrando.

As informações que comprovam que não há vagas no curso de Medicina foram repassadas pelo MPF pela direção da Faculdade.

Em vista dos fortes indícios de fraude, a reitoria da UFGD em atacar a recomendação, o procurador responsável pelo caso, Raphael Otávio Bueno Santos, vai requerer a todos os departamentos de ensino da Universidade as listas completas dos alunos efetivamente matriculados, no prazo de 24 horas.

A reitoria terá o mesmo prazo para explicar porque afirmou em documento encaminhado ao MPF que as vagas ocupadas pela mobilidade eram ociosas.

O caso – Segundo investigação do MPF a UFGD ofertou menos vagas no vestibular de 2010 para beneficiar alunos da própria universidade.

De acordo com o procurador da República Raphael Otávio Bueno Santos, não se trata de vagas remanescentes em função de matrículas não efetuadas ou desistências, mas de reserva de vagas a um grupo privilegiado de alunos, o que é totalmente inconstitucional.

Pelo processo de mobilidade interna, os alunos aprovados em cursos bem menos concorridos transferiram suas matrículas. É o caso de acadêmicos de Nutrição e Relações Internacionais, que, depois de concluído o primeiro semestre letivo, foram matriculados em medicina e direito.

Há indícios, conforme o MPF, de que o modelo de mobilidade instituído pela universidade beneficiou parentes de servidores de altos cargos da instituição. Conforme foi divulgado, a filha de um servidor, antes matriculada em nutrição, agora cursa medicina.

Conforme a Universidade, a concorrência no último vestibular para Medicina foi de 102, 28 candidatos por vaga, enquanto para nutrição foi de 6,9.

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