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Microcefalia é informada ao Ministério da Saúde e município aguarda exames

Vigilância Epidemiológica informou que laudos podem comprovar o que provocou a microcefalia, mas exames para associar ou não ao zika vírus só poderiam ser feitos no início da gestação

Helio de Freitas, de Dourados | 23/11/2015 15:36

O caso de microcefalia em um bebê de 50 dias de vida, detectado semana passada em uma clínica particular de Dourados, a 233 km de Campo Grande, foi informado ao Ministério da Saúde pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica do município.

O diretor de epidemiologia, Devanildo de Souza, informou que a família do bebê também está providenciando os exames, para tentar identificar a causa da doença – a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal para a sua idade, influenciando o desenvolvimento mental.

A microcefalia pode ser causada por consumo de cigarro, álcool ou drogas durante a gravidez, envenenamento por mercúrio ou cobre, meningite, desnutrição, doenças metabólicas na mãe, exposição à radiação durante a gestação, uso de medicamentos contra epilepsia, hepatite ou câncer nos primeiros três meses de gravidez.

Outras causas são infecções como rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose durante a gravidez. No Nordeste do país, o Ministério da Saúde investiga atualmente a suspeita de associação dos casos de microcefalia ao zika vírus – doença transmitida pelo mosquito da dengue.

Entretanto, Devanildo de Souza afirma que apesar de não existir nenhum dado concreto de que a mãe desse bebê tenha contraído o zica vírus, não será mais possível atestar se foi essa a causa da microcefalia. “A nossa esperança é que esses exames que a família está fazendo na rede particular identifiquem a causa da microcefalia, que pode até por fatores genéticos. Mas o exame que poderia identificar o zica vírus só poderia ter sido feito no início da gestação, através do líquido amniótico”.

Esteve em Rondônia – Segundo o diretor da epidemiologia, como a mãe dessa criança diagnosticada em Dourados esteve em Rondônia, norte do país, em abril deste ano, e teria apresentado alguns sintomas do zica vírus, surgiram suspeitas de que seria essa a causa da microcefalia. Entretanto, ele reforça que Rondônia não tem casos de zica vírus, assim como Mato Grosso do Sul.

“No Nordeste do país o Ministério da Saúde está acompanhando casos de microcefalia para saber se estão associados ao zica vírus, mas o trabalho ainda está em andamento. O que aconteceu aqui e está acontecendo em todo o território nacional é que o Ministério da Saúde recomendou que todo caso de microcefalia tem que ser notificado, ou seja, vão aparecer vários casos de microcefalia, o que não significa associação ao zica vírus”, explicou Devanildo.

Segundo ele, os sintomas que a mãe apresentou na gestação podem ter sido causados por dengue, febre chikungunya ou até mesmo outra virose.

Estado – A Secretaria Estadual de Saúde confirmou que não existe nenhum caso confirmado de zika vírus em Mato Grosso do Sul. Todos os casos suspeitos de infecção pelo mosquito Aedes aegypti – o mesmo transmissor da dengue e febre chikungunya – são investigados, já que os sintomas são semelhantes, mas o zika ainda não apareceu no Estado.

Sobre os casos de microcefalia, a assessoria informou que um levantamento está sendo feito, mas dados estaduais ainda não estão atualizados.

No Nordeste, o Ministério da Saúde registrou 399 casos de recém-nascidos com a má-formação do cérebro e existe suspeita de que o zika vírus está associado à epidemia. Médicos nordestinos estão recomendando que as mulheres evitem a gravidez.

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