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Interior

Sem ambulância, criança indígena de um ano morre em acampamento

Caroline Maldonado | 06/01/2016 19:56

Um menino de pouco mais de 1 ano de idade morreu na manhã de hoje (6), em acampamento indígena na região de Coronel Sapucaia, a 400 quilômetros de Campo Grande. Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio) foi solicitado o socorro ao órgão de saúde indígena, mas a ambulância não foi até o local e depois de algum tempo, Jadisom Batista Lopes morreu.

A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) confirmou que não houve atendimento, porém justificou que más condições da estrada que dá acesso ao acampamento impediram que os socorristas chegassem ao local.

Segundo a coordenadora técnica de Saúde da Criança da Sesai em MS, Rose Mariano da Silva, a equipe médica saiu para o atendimento, mas retornou no meio do caminho de aproximadamente 30 quilômetros. “Em nenhum momento nos negamos a atender essa criança. Até porque, temos documento de decisão judicial de que só se pode entrar lá com a presença da Polícia Federal, mas, mesmo assim, a equipe foi atrás, mas devido a estrada estar em péssimas condições em função da chuva não conseguiu chegar lá”, disse.

Segundo o boletim de ocorrência de morte a esclarecer, a criança começou a passar mal às 00h de hoje. Por volta das 5h, como o bebê não parava de chorar, o técnico da Funai, Gilmar Batista, entrou em contato com o polo da Sesai em Amambai, porém foi informado de que a ambulância não iria ao local prestar socorro. Então, ele entrou em contato com outro técnico da entidade para que tomasse alguma providência, mas 10 minutos depois a criança já estava morta.

Rose disse que já enviou esclarecimento sobre o fato à coordenação nacional da Sesai e aguarda laudo da perícia, que deve sair ente 15 e 20 dias para saber causa da morte da criança. Quanto a reclamações dos índios em relação ao atendimento médico em outras ocasiões, ela disse que o polo base em Amambai atende ainda outros dois municípios, sendo Aral Moreira e Coronel Sapucaia, periodicamente, oferecendo atendimento médico e odontológico.

“Os atendimentos estão acontecendo com regularidade. Temos Kurussu Amba dividido em 1, 2 e 3. Apenas nesse acampamento, que é o 3, em que a criança morreu é que não há visitas dos médicos, porque é uma região conflituosa”, admitiu a coordenadora.

Conflito - A atual gestão da coordenação distrital da Sesai em MS é alvo de reclamações por parte de indígenas. O coordenador Hilário da Silva chegou a ser afastado em 2015. Lindomar Terena foi nomeado pelo Ministério da Saúde para ocupar o cargo, mas portaria do próprio ministério suspendeu a nomeação. Representantes, tanto do grupo que apoia Lindormar, como do que é a favor de Hilário já fizeram manifestações na sede em Campo Grande.

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