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Cidades

Justiça barra acordo e frustra ex-funcionários do Bertin

Redação | 20/01/2010 08:35

Ex-funcionários do frigorífico Bertin, de Campo Grande, estão revoltados com o não pagamento de indenização de R$ 10 mil, que teria sido acordada no fim do ano passado.

A data estipulada para que a empresa pagasse a indenização e o pagamento de honorários advocatícios foi 20 de janeiro, hoje, mas embora o acordo tenha sido protocolado na Justiça, ainda não foi homologado pelo juiz, segundo explica o advogado dos ex-funcionários Fábio Lechuga Martins.

"O juiz mandou ouvir as duas partes", explica. O valor individual da indenização é de R$ 10 mil, montante de R$ 180 mil.

Entraram com pedido de indenização por danos morais 18 ex-funcionários e recentemente outros dois, que ainda não estão contemplados no acordo com a empresa.

A indenização foi solicitada em 2008, após vazamento de gás amônia na indústria, que provocou intoxicação nos funcionários. Pouco depois do acidente, os funcionários foram demitidos.

Vanderleia Oliveira Santos conta que ficou internada após o vazamento e que fica revoltada com a demora para liberar a indenização: "A gente tem sequelas até hoje, nunca recebemos uma compensação pelo que passamos" . Hoje Vanderleia trabalha em um salão de cabeleireiro em Sidrolândia.

Eliane Gonçalves Martinez, 24 anos, que também mora em Sidrolândia, diz que contava com a indenização para antes do Natal. "Acho muito estranho o juiz não ter assinado o acordo, disseram que ainda vão ouvir testemunhas em Lins (SP)", diz.

Ela estava em estágio probatório quando ocorreu o acidente. "Senti muita dor de cabeça e dificuldades respiratórias. Depois fui uma das primeiras a ser mandada embora", diz.

Inconformados com a demora, três funcionários seguiram até a sede da empresa, na manhã de hoje, para cobrar explicações.

Em dezembro de 2008, o MPT ajuizou a ação contra o frigorífico Bertin requerendo a condenação da empresa a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 10 milhões por causa do vazamento de amônia.

Um ano depois, em dezembro do ano passado, a direção do Bertin firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) perante o MPT (Ministério Público do Trabalho), em que se compromete a respeitar a legislação trabalhista quanto à jornada de trabalho e aos intervalos e também a zelar pela segurança dos empregados.

O grupo também terá de pagar uma multa por desrespeito às leis. O valor total, que será doado á instituições, foi estimado em R$ 1,5 milhão e pode ser pago em carne.

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