Quatis comem lixo do poder judiciário e de secretarias
A localização das secretarias estaduais e prédios judiciais na Capital força a convivência com animais silvestres no Parque dos Poderes, e acaba por incentivar a influência da presença humana em meio a área verde que comporta elementos vivos da natureza do estado. O Campo Grande News flagrou um grupo de quatis revirando e comendo na lixeira do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), cena comum não só neste local, mas em diversos pontos do Parque.
Conforme a assessoria de imprensa do TRE, a lixeira, que é embutida ao muro do estacionamento, possui portas para a proteção do lixo, que é coletado de forma seletiva. A informação da assessoria é de que várias lixeiras do Parque dos Poderes estão sendo atacadas, e que a do TRE só fica com as portas abertas para que os funcionários coloquem ou retirem o lixo. "Não é descuido do TRE, nosso lixo é recolhido diariamente. Pode ser que alguém tenha esquecido a porta aberta eventualmente e eles aproveitaram. Aqui no parque têm restaurantes e eles costumam mesmo procurar restos de comida por aqui".
O biólogo André Luiz Siqueira, 25 anos, diretor de políticas públicas da Ecoa, alerta que este comportamento dos animais e o descuido dos humanos geram consequencias negativas para ambos. "O quati é um animal oportunista e arisco. Encontrando comida no local, ele sempre vai voltar para se alimentar e pode machucar alguém que tentar se aproximar", diz André. Ele explica que mesmo se tratando de um animal de aparência simpática, o quati é agressivo e não anda sozinho.
Outro ponto preocupante é a saúde dos animais. "Esse lixo vai fazer mal para o quati assim como faria mal para um cachorro que se alimentasse disso", comparou o biólogo. Para ele, além do lixo em si fazer mal para o organismo do animal, ele ainda vai comprometer seu comportamento natural, perdendo a sua maneira original de conseguir alimentos. "O quati tem dieta baseada em ovos e pequenos animais, os mais acessíveis.
