Rede particular nega atendimento à gestante com gripe
Com dores pelo corpo, febre, dispnéia (falta de ar), e plano de saúde da Unimed, uma grávida no meio da gestação procurou atendimento ontem em 3 hospitais privados de Campo Grande, mas não conseguiu socorro em nenhum deles.
Ela passou pelo El Kadri, foi até a emergência do Proncor e recorreu ao Hospital da Unimed, na avenida Mato Grosso. A peregrinação só acabou ao chegar na rede pública, com vaga garantida pelo Hospital Universitário. Referencia no tratamento de casos suspeitos.
No HU, a paciente é medicada na maternidade. "Ontem a noite a médica Maria Auxiliadora ligou pedindo a vaga e relatou ter enfrentado dificuldades para internar a paciente", confirma o infectologista do HU, Maurício Pompilho.
"O quadro era sério, nenhum hospital poderia negar atendimento de forma alguma", reclama a diretora municipal de Vigilância em Saúde, Ana Lúcia Lírio, lembrando que as gestantes tem maior risco de complicação decorrentes da gripe suína.
Segundo ela, a desculpa dada à paciente era falta de setor específico para atender casos de gripe suína. "A doença já não é novidade, toda a rede tem de estar preparada para atender", argumenta.
No El Kadri a direção contesta a responsabilidade de atender pacientes com suspeita de gripe suína. Na avaliação do hospital, o procedimento correto foi adotado, com o encaminhamento da paciente para hospital de referência, no caso, o HU.
Segundo o El Kadri, no Universitário está toda a estrutura, com área específica de isolamento, para tratamento especial aos pacientes com suspeita de gripe.
A assessoria de imprensa que responde pelo Hospital da Unimed e pelo plano de saúde, disse que só amanhã vai esclarecer a questão.
Na Hospital Geral do Proncor, também foi solicitado prazo para que seja levantado o caso e o que realmente ocorreu, porque a assessoria de imprensa só funciona até às 17 horas.