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Cidades

TJ começou a analisar ontem pedido de liberdade para "Maníaco da Cruz"

Marta Ferreira | 19/10/2011 12:12
Dionathan Celestino segue internado. (Foto: Minamar Júnior/Arquivo)
Dionathan Celestino segue internado. (Foto: Minamar Júnior/Arquivo)

Começou a traminar ontem no Tribunal de Justiça o pedido de liberdade para o Dionathan Celestrino, de 19 anos, que ficou conhecido por matar três pessoas em Rio Brilhante, município distante 163 quilômetros de Campo Grande, quando tinha 16 anos. O adolescente está na Unei (Unidade Educacional de Internação de Ponta Porã) e a liberdade dele foi pedida pela Defensoria Pública porque venceu o prazo legal de 3 anos para internação.

O pedido foi protocolocado na sexta-feirea, dia 14, e começou a correr ontem. O habeas corpus já está concluso para o relator, o desembargador Romero Osme Dias Lopes. Caso seja negado, a Defensoria terá de recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O pedido da Defensoria Pública cumpre o que é exigido pelo ECA (Estatuto da Criança e Adolescente): o adolescente infrator não pode ultrapassar o período de três anos em internação, devendo o regime ser convertido após esse período para liberdade, semi-liberdade ou liberdade assistida. O prazo de três anos de internação do Maníaco terminou no dia 8.

O adolescente já poderia estar solto desde a sexta-feira (7), quando a defensoria fez o pedido de desinternação ao judiciário, no entanto, o titular da Vara de Infância e Juventude de Ponta Porã não se manifestou e ele, então, fez o pedido ao TJ.

Obrigação legal* O defensor responsável pelo pedido de liberdade, Eduardo Mondoni, ressaltou que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) não permite outra “saída” para o destino do adolescente, que não pode mais ficar preso. No entanto, o Maníaco pode ser privado do convívio social se for interditado, ou seja, internado em clinica de tratamento psiquiátrico.

No dia 29 de setembro deste ano, o Judiciário pediu perícia psiquiátrica para o adolescente, mas a informação preliminar é de que o laudo ainda não foi divulgado. Na época da prisão do Maníaco, em outubro de 2008, o Ministério Público emitiu documento dizendo que o ele não possuía distúrbios mentais. Outros laudos psicológicos já foram feitos durante a sua internação. Como o processo corre em segredo de justiça, a imprensa não tem acesso ao resultado.

Se for comprovado por laudo psicológico que o Maníaco sofre de graves problemas mentais e não tem condições de voltar para a sociedade, a promotoria ou a mãe do garoto pode pedir a interdição.

No caso da interdição ser pedida, outro processo será iniciado, em que o Maníaco pode responder tanto em liberdade quanto em internação, de acordo com a determinação da Justiça.

Crimes Aos 16 anos, Dhionatan aterrorizou a cidade de Rio Brilhante em 2008. Fez a primeira vítima no dia 2 de julho daquele ano, quando matou o pedreiro Catalino Gardena, que era alcoólatra. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo do cemitério do município, no dia 24 de agosto.

A terceira e vítima foi Gleice, achada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro. Próximo ao corpo dela ele deixou um bilhete com várias cruzes e letras soltas que, dentre as possibilidades, formava a palavra inferno.

Dionathan foi apreendido no dia 9 de outubro, seis dias após o último assassinato, em casa. No quarto dele, foram encontrados posters do Maníaco do Parque e de um diabo, coloados ao guarda-roupa. Também foi achado um envelope de cor azul, contendo um um papel com nome das vítimas, escrito em vermelho. Foram encontrados ainda três jornais com reportagens sobre os assassinatos e pertences das vítimas.

Para cometer os crimes ele utilizava luvas cirúrgicas. Estrangulava as vítimas e terminava de matá-las com faca, arma com a qual ele escreveu INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus) no peito do primeiro alvo. Entrevistado pelo Campo Grande News quando foi apreendido, o garoto afirmou que não estava arrependido.

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