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Em Pauta

“É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro”

Mário Sérgio Lorenzetto | 18/07/2015 07:03
“É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro”

Chaplin e Hitler um bigode que transformou raiva em riso.

Tempo de raiva brasileira. Tempo de saber que a raiva deve transformar-se em riso. "É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro. Eu não imito a esse indivíduo". Com esta contundência esclarecia Chaplin sobre o protagonista de " O Grande Ditador", um tirano empenhado em perseguir judeus e anexar um grande número de países ao seu. Hitler e Chaplin (ou melhor, seu personagem do tirano no filme "O Grande Ditador") exibiam o mesmo bigode. Ainda que até hoje não esteja claro quem copiou a quem, ambos representam as duas caras da mesma moeda.

É verdade que o filme que estreou nos Estados Unidos em 1940, um ano antes que aquele país entrasse na guerra, só chegaria à Alemanha em 1958. Também é verdade que a estrela é um histriônico déspota narcisista capaz de pronunciar enlouquecidos discursos com gestos exagerados. E também que o aliado de Hynkel (o personagem de Chaplin no filme) se chamava Napaloni, ditador de Bacteria que tem tudo a ver com Mussolini. Ninguém sabe quem exibiu primeiro o bigode trapezoidal, se foi Adolf ou Chaplin, ainda que o cineasta sempre tenha acusado o Führer de plagio. Provavelmente, tenha parecido a Chaplin uma casualidade ter nascido só quatro dias antes de Hitler. Ambos também tiveram uma infância difícil - inclusive com repúdio paterno - para alcançar o triunfo em suas carreiras. Os dois guardavam certa semelhança física - envergadura, estatura e peso. Mas o que marcou mesmo a ambos foi o bigode.

"Eu tratei de fazer um resumo de todos os ditadores", confessaria Chaplin. Hynkel e Hitler, esses dois homens de mesmo bigode, são em realidade antagonistas. Um é o riso, outro o pranto. Um fabrica sonhos, o outro, balas. Um é pura humanidade, o outro, maldade. Hynkel reduz Hitler à categoria de palhaço. O reconhecemos por seu aspecto e sua loucura, mas está a anos luz de inspirar a raiva do personagem real. Chaplin promoveu uma catarse até fazê-la desaparecer. Tanto é assim que será seu sósia, um barbeiro judeu, quem salvará o mundo com aquele emotivo discurso denunciando a ditadura, o ódio, a cobiça, a intolerância...criticando o nazismo e defendendo a liberdade, igualdade e fraternidade. É tempo de assistir ao filme de Chaplin no Brasil e transformar a raiva em riso.

“É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro”
“É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro”

A biografia de um judeu. Yale conta a vida de Einstein.

A Universidade de Yale (EUA) está publicando a biografia de alguns judeus ilustres. Saíram as de Freud, Kafka, Trótski e Einstein. Brevemente sairão as de Bob Dylan, Jesus e Moisés. Há na biografia de Einstein algo que poucos conhecem - sua relação com o sionismo e o Estado de Israel. Inicialmente ele apoiou o movimento sionista, que promovia o assentamento de judeus na Palestina. Einstein via aqueles assentamentos como a possibilidade de beneficiar judeus e árabes. Daria aos judeus um lugar para viver e aos árabes a oportunidade de compartilhar da prosperidade judia. A seguir, Einstein compreendeu que essa convivência forçada não duraria, observando que era preciso "estar em guarda contra o chauvinismo cego de qualquer tipo" e não imaginar que armas pudessem ocupar o lugar da razão e do bom senso. Einstein se opôs à ideia de um Estado judeu, antes de Israel existir. Uma vez estabelecido o Estado de Israel, Einstein lhe deu total apoio. Todavia, afirmou que uma presença pacífica e permanente dos judeus na Palestina dependia do trabalho lado a lado com os árabes em condições de igualdade social e política. Tudo que não ocorreu.

“É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro”
“É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro”

Nenhuma geração teve mais parceiros sexuais do que a dos Baby-Boomers (pós-guerra).

A revolução sexual dos anos 60-70 protagonizou eventos jamais sonhados pelos jovens e adultos de outras gerações: emancipação feminina, pílula anticoncepcional e camisinha deram a impressão de que estaria ocorrendo uma explosão na sexualidade. Ledo engano. Os estudos recentes demonstram que os campeões no número de parceiros sexuais foram os Baby-Boomers, a geração dos pós-guerra, que contabilizou 11 parceiros em média para cada pessoa do mundo ocidental. Em seguida, muito próximo a eles, com 10 parceiros em média, estão aqueles que pertencem à geração X - dos anos 60 aos 80 (a turma do amor livre). A mais recente geração, denominada de Y, terá, em média, 8 parceiros durante toda sua vida sexual. Todas as três gerações - Baby-Boomer, X e Y - guardam muita distância das anteriores. Os nascidos entre os anos 1925 e 1945 tiveram 5 parceiros sexuais em média. Seus antecessores, a geração que nasceu entre 1901 e 1924 é a que teve menos parceiros - apenas 3.

“É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro”
“É uma coincidência que use um bigode como o meu, mas eu o usei primeiro”

O medo virou sinônimo de sabedoria no mundo contemporâneo.

Passamos a ter medo de tudo. Temos medo do sexo, do álcool, das drogas, do tabaco, da velocidade dos carros, do aquecimento climático, dos transgênicos, do islamismo, da globalização, do buraco na camada de ozônio, das nanotecnologias, a lista é imensa. A novidade é que essa proliferação de medos vem acompanhada de um sentimento de falta de culpa. Todos sentem medo e ninguém é responsável ou culpado pela causa. O medo mudou de status. O medo sempre foi considerado um "mau conselheiro". Para tornar-se uma "grande pessoa" era preciso ter coragem de afrontar os temores. Ele não é mais considerado um sinal pueril, mas, ao contrário, o medo se tornou o primeiro passo para a sabedoria e, hoje, é entendido como um sinal de precaução. O sábio é o medroso. A história do humano versa o contrário. É uma longa história de superação dos medos, de ter coragem de amar e pensar livremente, de ser capaz de usar a inteligência e ser aberto. O medo, no século XXI, criou uma nuvem de poeira cósmica nos cérebros dos humanos.

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