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Em Pauta

Abortada, zumbi e em coma. A CPI anda desacreditada no Brasil

Mário Sérgio Lorenzetto | 14/04/2015 11:05
Abortada, zumbi e em coma. A CPI anda desacreditada no Brasil

CPI abortada, CPI zumbi e CPI em coma.

Não há dúvida que o instrumento de investigação parlamentar - CPI - está desacreditado no país. Há anos as investigações estão concentradas na Polícia Federal e nos Ministérios Públicos. O governo federal conseguiu barrar a criação da CPI do BNDES, em troca a oposição faz a operação-zumbi na CPI do HSBC. Mas a lista continua: poucos perceberam, todavia a CPI que investigaria os fundos de pensão das estatais foi sepultada. Também prestes a falecer está a CPI do CARF (aquela que envolvia um órgão de julgamento - CARF - ligado ao Ministério da Fazenda). Tem outra CPI querendo sair da chocadeira: a das agências de publicidade que atendem a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde. A única que dispõe de uma pequeníssima audiência é a do Lava Jato. Brasília virou a capital das CPIs - abortadas, zumbis e em coma.

Mato Grosso do Sul e Campo Grande não poderiam deixar de seguir a tendência. Na Assembleia Legislativa está criada a zumbi, aliás, CPI da Enersul/Energisa. Uma fraca tentativa de buscar holofotes e talvez "algo mais". Uma tentativa de repetição do que já não deu certo há pouco anos, mas que ficou eivada por grossas nuvens de dúvidas, desde seu nascimento até a morte. Desta vez quis fazer parecer que iria diminuir a malfadada conta de energia elétrica. Um balão de ensaio que não decolou. 30 picaretas ou 60 picaretas estariam se locupletando da Enersul e de sua sucessora. A primeira, Enersul, fonte eterna de polpudas propinas e favores, foi embora com sua lista de "culpados sigilosos". Quando há sigilo todos são culpados até "lista em contrário". Engenheiros e gerentes pelo lado da empresa. Prefeitos, Secretários de Obra, empreiteiros e assessores de imprensa pelo lado da Prefeitura da Capital (seria checada a destinação da taxa de iluminação). Deputados e autoridades pelo lado do Parque dos Poderes. Até um ônibus teria sido doado para um dos mais interessados na instalação da CPI...além de propina elevada. Cabe todo mundo. Se brigar com o vizinho, basta denunciá-lo. Se tiver algum crítico de suas mazelas e trapalhadas, pode colocar na lista que a Enersul não dá choque.

A Câmara que cassou um prefeito, resolveu se calar em outra denúncia. Sepultou a CPI do Tapa Buraco com algumas "pizzas" distribuídas com largueza e sem parcimônia. A CPI foi abortada com uma torrente de papéis que só comprovavam o gasto abusivo do ex-prefeito Nelsinho Trad com as operações tapa buracos. Sumiram das ruas o Prefeito, o assessor de imprensa, o Secretário de Obras e os vereadores responsáveis pela audaciosa façanha.

Abortada, zumbi e em coma. A CPI anda desacreditada no Brasil
Abortada, zumbi e em coma. A CPI anda desacreditada no Brasil

Existiram 56 nacionalidades nos campos de concentração nazistas. Comemora-se os 70 anos de libertação do campo de Auschwitz.

Em uma manhã, há exatos 70 anos, o Exército Soviético entrava no maior campo de concentração nazista, localizado em Auschwitz. Encontraram apenas 7 mil pessoas vivas. A maioria de judeus. Estima-se que entre 1,1 e 1,5 milhão de judeus pereceram nesse inferno. Mas a perseguição, e prisão, não era praticada somente contra os judeus.
Os prisioneiros se diferenciavam pelos números e pelas cores nas listras de tecidos que levavam pregadas no casaco: vermelha para os políticos, negra para os sabotadores, verde para os ladrões e assassinos e a estrela de Davi para os judeus.

As pessoas não se entendiam naquela Babel, mas estavam ligadas pelo mesmo destino. Peritos em física nuclear ou em manuscritos antigos deitavam-se ao lado de camponeses italianos e pastores croatas que não sabiam assinar o próprio nome. No destino dos campos, as afinidades entre as pessoas nasciam de suas diferenças. Estivessem eles ligados à visão de um passado em um jardinzinho junto a uma empoeirada estrada italiana, ou ao murmúrio do mar do Norte, ou a um abajur alaranjado holandês. Todos, sem exceção, haviam tido um passado maravilhoso. Essa ideia servia para glorificar a liberdade.

Muitos prisioneiros estavam nos campos por terem feito, em conversas com amigos, observações críticas sobre o regime hitlerista, ou anedotas de teor político. Eles não tinham difundido panfletos, nem participado de partidos clandestinos. Eram culpados não pelo que haviam feito, mas pelo que poderiam fazer. O regime nazista era antes de tudo, uma massa de paranoicos.

Lá haviam pilotos ingleses, abatidos em território alemão e oficiais do Exército Vermelho. No campo havia trabalhadores que haviam sido condenados por tentar abandonar, sem autorização, o trabalho nas fábricas e obras de guerra. Trabalhadores indolentes, preguiçosos, também eram detidos nos campos. No campo havia pessoas com tiras lilases no casaco: eram emigrados alemães, que haviam saído da Alemanha nazista. Aquele que havia abandonado a Alemanha, ainda que leal no exterior, tornava-se um inimigo político.

Pessoas com faixa verde no casaco - ladrões e arrombadores - eram em parte privilegiadas; o comando as usava para vigiar as demais. No campo havia pessoas com um destino tão peculiar que não fora inventada cor de faixa correspondente à sua sorte. Mas tanto para o hindu, encantador de serpentes, quanto para o persa, que havia chegado de Teerã para aprender pintura alemã, quanto para o chinês, estudante de física, o nacional-socialismo tinha reservado lugar em um estrado de madeira, uma marmita de caldo ralo de nabo e doze horas de trabalho extremamente pesado. Os campos de concentração tinham se tornado as cidades da Nova Europa preconizada pelos nazistas. Eles cresciam e se ampliavam com seu próprio traçado, suas ruas e praças, seus hospitais, mercados de pulgas, crematórios e até mesmo estádios de futebol. Os nazistas, ao mesmo tempo que destruíam quase todas as cidades da antiga Europa, criavam suas versões de uma nova vida...de escravidão.

Abortada, zumbi e em coma. A CPI anda desacreditada no Brasil
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Doutor made in Brazil e o stent.

Em um momento em que o Brasil polemiza na busca por melhorar as condições de saúde pública trazendo médicos de fora, não podemos esquecer que temos médicos de categoria internacional que revolucionaram a medicina mundial.
José Eduardo Sousa é seu maior representante. Aos 79 anos a trajetória desse médico maranhense confunde-se com a história da cardiologia no mundo. Ele saiu da cardiologia pediátrica de Harvard para a Cleveland Clinic, famoso centro de cardiologia norte americano. Ali havia sido realizado pela primeira vez um exame que revolucionaria a cardiologia: o cateterismo. Com um cateter introduzido pela perna ou braço do paciente era possível chegar ao coração e ver o grau de obstrução das artérias coronárias.

Era 1966 e Jose Eduardo Souza importou essa técnica e fez o primeiro exame de cateterismo no Brasil. Em 1968, outra revolução, Adib Jatene faz a primeira ponte de safena nacional. Durante anos, a única maneira de salvar os pacientes era abrir o peito, em cirurgias de recuperação demorada. Um médico alemão criou uma nova técnica, a angioplastia com balão, espécie de cateterismo com um balão que sugava a obstrução. E novamente Jose Eduardo Sousa, após uma temporada na Europa, foi quem adotou a técnica no Brasil. Mas em 1999 ele realmente entrou para a história da medicina. A técnica criada por ele consistia em colocar uma prótese de metal dentro da coronária. Pela primeira vez, no mundo, era usado o hoje famoso stent. Um implante aço inoxidável inserido no coração via cateter.

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Latidos e miados no divã do Freud.

Terror noturno, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão e tantos outros transtornos mentais estão no divã. Mas o divã não é para humanos e sim para cães e gatos. Surgiu a zoopsiquiatria. Os especialistas da área garantem que podem tratar dos pets como os psiquiatras tratam das pessoas. Aliás, onde fica a fronteira entre pets e humanos? Eles recebem nomes carinhosos, roupinhas fantásticas, sapatos, jóias, festinhas de aniversário, tratamentos em spas, viajam de avião ao lado do humano...

O zoopsiquiatra conta que a abordagem envolve consulta, terapia em conjunto com os donos, adestramento e eventuais mudanças nos móveis e paredes das residências. O medicamento mais utilizado é um ansiolítico para humanos - buspirona. Dizem que os resultados aparecem tal como no tratamento com o homo sapiens. E não dá para duvidar, afinal, o "pai da psicanálise" Sigmund Freud, tinha a seu lado durante as sessões uma cadelinha chow-chow denominada Jofie. Era a Jofie quem determinava o tempo de consulta. "Se Jofie manifesta desagrado por alguém que nos visita, pode estar certo que há alguma coisa errada com essa pessoa", disse Freud certa vez. Ele também compartilhou da amizade de outra cadela - Lün. Freud gostava tanto de cães que, durante uma entrevista, em 1926, ao jornalista George Viereck, afirmou que preferia a companhia de animais à companhia humana.

Abortada, zumbi e em coma. A CPI anda desacreditada no Brasil
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Um negócio animal: raio X do mercado de pets.

Você tomou uma cerveja com seu cão? Preparou uma festa de aniversário para seu gato? Alugou uma suíte em um hospital veterinário para não deixar seu animal de estimação convalescente passar a noite sozinho? Seu pet já tomou seu banho energizante com pétalas de rosas em um ofurô?

O dito popular estabelece o cão como o melhor amigo do homem. E os humanos não poupam recursos para retribuir à altura a amizade de seu bicho de estimação. No mundo, os gastos anuais no mercado pet somam US$102 bilhões.
O Brasil, disputa com o Japão o posto de segundo maior mercado – os EUA são o primeiro. O ritmo de crescimento do mercado pet já dura uma década e tem fôlego para se manter no mesmo patamar, entre 7% e 8%, nos próximos cinco anos devido ao crescimento da população de animais de estimação, de 6% a 7% ao ano. O Brasil tem, hoje, 106 milhões de pets.

Divisão do segmento na receita total
66% - alimentação
19% - serviços
8% - acessórios, higiene e beleza
7% - produtos veterinários

A população pet brasileira (em milhões)
37,1% - cães
26,5% - peixes
21,3% - gatos
19,1 % - aves

• 44% dos lares brasileiros têm cão ou gato.
• Entre os donos de cães, 33% têm dois ou mais animais.
   Gastam com eles, em média, R$138 mensais.
• Entre os donos de gatos, 40% têm dois ou mais animais.
   Seu gasto médio mensal é de R$76.
• 11% dos lares que não tem pet admitem vir a ter.
• Os donos são: Mulheres em 64% dos lares.
       Homens em 24% dos lares.
       Filhos em 12% dos lares.

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