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Em Pauta

Brasil e a maldição do 10

Mário Sérgio Lorenzetto | 09/02/2016 07:49
Brasil e a maldição do 10

O país vive sob o signo do 10. Antes o 10 servia para identificar Pelé. Agora, é taxa de inflação, taxa de desemprego e o índice de popularidade da Presidente Dilma. O Brasil virou uma grande trapalhada. Não é novidade que o brasileiro sente um grande descrédito de seus governantes. Mas, nessa altura, a situação é muito pior do que o maior dos pessimistas poderia imaginar.

Brasil e a maldição do 10
Brasil e a maldição do 10

Poder às mulheres. Quando?

Muitos países começam a trabalhar com quotas de poder para as mulheres. Tanto no poder público como nas empresas. Leis são criadas para que as mulheres atinjam o poder. Essas leis são sempre difíceis, porque implicam mudanças profundas do ponto de vista das sociedades, dos conceitos sociais e da forma como as comunidades vivem. Além de que são questões, às vezes, muito subjetivas e mais difíceis de combater que a objetividade. Mas a realidade é que vivemos em um país onde as mulheres estão se preparando, nos estudos, mais do que os homens. Há 30 anos, dizia-se que os problemas de diferenças salariais entre homens e mulheres, e a entrega do poder a elas, seriam resolvidos naturalmente, porque as mulheres estavam a qualificar-se rapidamente. E o fato é que estamos em 2016 e essa não é a realidade. Portanto, há que existir medidas para se impor essa realidade. É simples, quem tem o poder nunca quer lagar o poder. Ou criam-se medidas ou o poder sempre ficará nas mãos dos mesmos.

Brasil e a maldição do 10
Brasil e a maldição do 10

Mudar para descobrir. A Reforma do Estado.

É normal que um novo governo se dedique afincadamente a promover reformas. Por um lado, ainda bem que é assim. As eleições servem precisamente para mudar as políticas e não apenas para mudar os políticos. Por outro lado, mudar só vale a pena se for para melhor. O governo atual está fazendo um "regoverno", algo muito diferente de tudo que foi o Dilma I e as plataformas apresentadas no processo eleitoral. Mas não está conseguindo levar à frente seus planos falta-lhe credibilidade. Mas não é o que acontece no Ministério do Planejamento. O novo Ministro, Valdir Simão, é um funcionário público de mérito. É uma das raras ilhas de competência encontradas em Brasília. Ele está propondo uma reforma do Estado. Algo extremamente correto e em consonância com as práticas adotadas pelas empresas privadas.
Propõe, em primeiro lugar, acabar com o engessamento do governo que é determinado pelo Orçamento. Pretende reavaliar os programas governamentais. São eficientes? Devem permanecer. Não o são? Há inúmeros programas que vieram para existir por um curto espaço de tempo que continuaram por inércia. Mas, Valdir Simão enfrentará a ira de seus colegas ministros, de interesses do partido no poder e de grupamentos corporativos...e é claro, do Congresso Nacional. Será uma luta dura, que só pode ser travada por quem, como ele, nada teme. Também pretende levar as práticas que se iniciam no mundo privado ao governo. Compliance e produtividade passarão a ser adotadas em todas as esferas do Poder Executivo. Simão ainda fala em acabar com a burocracia. É o único ponto falho em suas metas de trabalho. A falha está no descrédito. Todos tentaram, todos foram derrotados. Caso Simão consiga desburocratizar o país, não será apenas um ministro, passará para a história.

Brasil e a maldição do 10
Brasil e a maldição do 10

Sem informações globais estaremos presos ao difícil cotidiano.

Vamos ao que interessa. Só com informações globais poderemos ter as armas necessárias para enfrentar o futuro. Andamos entretidos e distraídos. Começamos a mergulhar nas intrigas das eleições municipais, com golpes, traições e reviravoltas. Parece que não há mais tempo para nada. Mas vai doer. Será um acordar violento. Seremos, como sempre, vampirizados pela política caseira como se fosse o assunto mais importante de nossas vidas.

Candidatos, processos judiciais, arranjos e arranjinhos. Mas não é! E enquanto nos distraímos com isto, o mundo...claro que não parou. Já não há dúvida que estamos à beira de uma nova crise econômica mundial, e os economistas que anteciparam a crise de 2008 afirmam que desta vez pode ser pior. Há bombas e bolhas que se anunciam para além dos problemas chineses. Começou uma Quarta Revolução Industrial que, em grande parte por causa dos robôs e computadores, poderá provocar a perda de 5 milhões de empregos em cinco anos. E como se tudo isso não fosse suficientemente assustador, ficamos sabendo que 2015 foi o ano mais quente em 136 anos. E as temperaturas continuarão subindo neste planeta que tratamos tão mal.

Estas não são notícias de hoje nem dores de cabeça inesperadas. São fatos já publicados, analisados e desenvolvidos. Mas a maioria dos campo-grandenses ainda não percebeu. Como se tudo que se passa no mundo não tivesse a maior influência em nossas vidas. Enquanto estamos distraídos com nossa vidinha doméstica, com as nossas eleições e a gritar contra os políticos, outros países discutem e preparam-se para o embate que aí vem. Procurar notícias, por vezes desagradáveis, sobre o que se passa no outro lado do mundo não nos faz mais felizes, mas torna-nos seguramente mais fortes. O futuro se anuncia de novo pouco sorridente.

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