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Em Pauta

Como cobrir rombo de R$ 100 bilhões nas contas públicas sem amor ao trabalho?

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/01/2015 08:04
Como cobrir rombo de R$ 100 bilhões nas contas públicas sem amor ao trabalho?

Uma equipe que não tinha amor ao trabalho

Pode parecer exagerado e talvez seja mesmo, mas R$ 100 bilhões é o número que a maioria dos economistas está trabalhando como se fosse o tamanho do rombo nas contas públicas. E a nova equipe econômica não concorda com esse número, diz que é inferior, mas também afirma que ainda estão fazendo as contas.

A nova equipe econômica está debruçada em estudos e soluções que sejam menos impactantes para o dia a dia dos brasileiros. De acordo com uma fonte desta coluna que está trabalhando na assessoria da nova equipe econômica, até agora eles estariam com sinal amarelo ou verde para as seguintes mudanças:

1. Restrições nas concessões dos benefícios sociais;

2. Veto à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda;

3. Sistema de bandeira tarifária no setor elétrico;

4. Volta da CIDE, o imposto sobre combustíveis;

5. Término do desconto no IPI;

A totalização desses cinco itens cobrirá, aproximadamente, R$ 45 bilhões do rombo total. O outro item de vulto que a nova equipe econômica poderá utilizar como manobra para cobrir o rombo é a arrecadação de um adicional que pode variar de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões com a renovação de contratos de concessão das distribuidoras de energia elétrica. As regras não estão definidas e os números são preliminares e ainda falta uma decisão política sobre o que fazer com os contratos que estão vencendo. É nessa área que se encontram os problemas mais graves das contas públicas. O drama foi ainda mais agravado com a gorete estiagem do sudeste brasileiro, que exigiu a utilização de energia térmica, mais cara.

Outros R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões poderão sair dos bancos. O governo federal estuda realizar leilões para a administração das folhas salariais de seus servidores, prática antiga de Estados e Municípios. Outros R$ 4 bilhões poderão ingressar no caixa federal a título de cessão onerosa de áreas do pré-sal. Há ainda uma receita extra que dificilmente

ocorrerá em 2015 que será originada pela abertura de capital da Caixa Econômica Federal. As estimativas variam de R$ 18 bilhões a R$ 25 bilhões.

Para qualquer administrador de finanças públicas, todos os itens acima elencados são de uma platitude e obviedade inexplicável. Cabe a pergunta: o que fazia a equipe do ex-czar da economia Guido Mantega? Trabalhar, não é resposta minimamente aceitável. Ninguém diz por respeito, mas o caixa federal foi arrombado por pouca presença no local de trabalho.

Como cobrir rombo de R$ 100 bilhões nas contas públicas sem amor ao trabalho?
Como cobrir rombo de R$ 100 bilhões nas contas públicas sem amor ao trabalho?

Os intocáveis brasileiros

Eles e elas não têm nome, não têm rosto, não desfrutam de cargos muito importantes, não recebem essas medalhas que os Poderes entregam a muitos. Ninguém sabe, ninguém viu. Eles são os intocáveis brasileiros.

Está é a curta história (curta por tamanho desta coluna) de como um grupo de servidores públicos sem hierarquia, regimentos internos, nem regras formais, está, há alguns anos, criando as ferramentas que possibilitam a descoberta de corruptos, contrabandistas, traficantes e muitos mais.

Eles e elas compõem a Enccla. Ouviram falar? Não. É a resposta quase certa. Essa sigla significa Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. O grupo é constituído por, em média, 100 pessoas. Em anos anteriores, as reuniões dessa turma deram origem à nova Lei de Lavagem de Dinheiro (2012), e à Lei do Crime Organizado (2013). Também levaram adiante a criação de ferramentas de investigação, como o Cadastro Nacional de Clientes do Sistema Financeiro (CCS) ou o Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias (Simba). O grupo também ensinou 14 mil agentes públicos a dar o pulo do gato no combate à lavagem.

Foram instrumentos como esses que permitiram, por exemplo, a Operação Lava Jato, que investiga a teia de corrupção que envolveu a Petrobras. Mas também eles vêm cercando o PCC, ano após ano.

Está é a maior iniciativa de congregação de Órgãos Públicos e entidades para criar instrumentos que previnam o crime. Se a Enccla é desconhecida, seus membros trabalham no dia a dia, em órgãos públicos bem conhecidos: Abin (Agência Brasileira de Inteligência), BC (Banco Central), Coaf (Conselho de Controle de atividades Financeiras), CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o Ministério Público Federal e vários MPs estaduais, Atricon (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas) e a

Anape (Associação Nacional dos Procuradores de Estado) e algumas outras mais. Eles não funcionam por voto, nem unanimidade, nem maioria. Eles trabalham por consenso e caso alguém não estiver se sentindo bem com uma decisão que está sendo tomada, eles pulam, mudam a pauta.

Uma das últimas discussões da Enccla é se não caberia ao Banco Central e à Febraban orientar os bancos a seguir uma decisão do Supremo Tribunal Federal de que não há sigilo bancário sobre contas públicas, já que elas são... públicas. Era uma ação que pretendia dar transparência à movimentação financeira das contas bancárias de entidades públicas ou privadas que usam recursos públicos (como a Petrobras), restringindo o saque em dinheiro.

Como cobrir rombo de R$ 100 bilhões nas contas públicas sem amor ao trabalho?
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A Rede Lab-Ld contra o PCC. Uma guerra nos bastidores contra o submundo do crime organizado

Sabia que o PCC, a maior rede de criminosos do país, é proprietária de Vans? E de hotéis e motéis? Também de postos de gasolina? Pois é, o PCC tenta cada vez mais formalizar seus negócios. Mas, esse grupo vem encontrando um outro muito aguerrido para combatê-lo: a Rede Lab-Ld, sigla que significa Rede de Laboratórios de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro. Na Rede Lab, são feitos o processamento e a análise de um grande número de dados fiscais, bancários e, às vezes, de telefonia dos criminosos, para produzir relatórios de inteligência aos investigadores e à Justiça.

Outro instrumento que tornou mais eficiente o combate ao PCC foi a edição da nova lei do crime organizado (setembro de 2014). Agora, fazer parte de uma organização criminosa também é crime, pelo qual a pessoa pode ser condenada de três a oito anos de prisão. Só precisa provar que ele é integrante, o que é relativamente fácil no caso do PCC porque é um grupo extremamente organizado. Todos os filiados ao PCC têm cadastro em Excel, padronizado e único, que circula em pen derives com os líderes da organização. Cada membro é cadastrado com o nome próprio e o apelido, o número de matricula no PCC, lugar onde atua ou mora, data em que entrou no grupo, local de batismo (é isso mesmo, eles passam por um ritual de batismo), quem são os padrinhos, as faculdades que frequentou (assim denominam as prisões por onde passaram), as responsabilidades de cada membro, a atividade atual, as penas que receberam por infrações cometidas contra os estatutos do PCC, quando o criminoso se desligou (geralmente com a morte), número de telefone em que pode ser encontrado e a data e local da última atualização do cadastro.

São muito organizados. Mais organizados que muitas empresas ou órgãos públicos. Mas, agora encontraram uma organização para lhes dar combate efetivo e duradouro.

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Verdades e mentiras sobre a ressaca

Só o Carnaval para ter taxas mais elevadas que as festas de Ano Novo de pessoas com ressaca. Com tantas possibilidades, é comum o exagero no consumo de bebidas alcoólicas nesta época do ano. E o preço dos exageros é pago no dia seguinte, com a ressaca.

As características mais comuns da veisalgia (nome científico da popular ressaca) são a dor de cabeça, sede, náuseas, sensibilidade aumentada à luz e a ruídos. Enfim, sensação de desconforto extremada.

Sim, é verdade que as mulheres tendem a sofrer mais com a ressaca por terem um metabolismo mais lento, assim como o fígado delas é, na maioria das vezes, mais sensível que o deles.

Tomar uma colher de azeite faz sentido, é um raciocínio lógico, mas é um mito. Ao invés de prevenir a ressaca pode piorar causando mais enjoo. Para prevenir o correto é estar bem alimentado.

Tomar café para reduzir as más sensações da ressaca também é um mito. Só vale se for com muito açúcar. O que importa é o açúcar e não o café. A glicose do açúcar ajudar a quebrar o álcool que está no sangue, facilitando sua absorção.

Outro mito bastante popular diz que devemos nos alimentar com comidas gordurosas. Está errado. O excesso de gordura vai atrapalhar o trabalho do fígado que já está sobrecarregado com o álcool. Vai atrasar ainda mais a eliminação das toxinas. Vinho, uísque e muitos licores realmente causam uma ressaca pior que a cerveja, a vodka e o gin. Os primeiros têm em sua estrutura alguns polifenois. O do vinho é bem conhecido sob a denominação de tanino. Pode aumentar a dor de cabeça, mas lembre-se que a quantidade de álcool existente no vinho é diminuta quando comparada à quantidade que existe na vodka. Portanto, a balança tende a favor do vinho. Mas essa comparação não vale para o uísque.

Outro mito comum é o da alimentação logo após o pileque. Não só é um mito, como pode atrapalhar a absorção mais rápida da bebida alcoólica. E com certeza aumentará o enjoo.

Água é o melhor remédio. Esta é uma verdade absoluta. Hidrate teu organismo durante a bebedeira e após. Uma boa dica é: a cada dois copos de bebida alcoólica, tome um copo de água. Aproveite.

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