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Finanças & Investimentos

A melhor maneira de investir em CDB

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 11/07/2016 09:30

Vou simplificar a definição desse produto bancário, pois acredito que você já deve estar cansado de explicações em “economês”, nas quais você lê, relê e não entende.Basicamente você empresta dinheiro para o banco, que lhe pagará juros sobre o valor em questão. O banco, por consequência, utiliza esse recurso para realizar empréstimos aos seus correntistas com juros maiores, nos quais ganha o famosospread (diferença entre taxas).

Os CDBs mais comuns são aqueles com rentabilidade pós-fixada indexada ao CDI, com liquidez diária, oferecidos pelos grandes bancos. Ou seja, você receberá um percentual da variação do CDI, referencial que tende a acompanhar de perto a taxa básica de juros da economia (Selic), hoje em 14,25% ao ano.Muitas pessoas optam por essa aplicação por ouvirem falar que ela rende mais que a poupança e por ter a possibilidade de resgate imediato e garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) no valor de até R$ 250 mil.

Pelo que percebi conversando com diversos investidores, a maioria não se atenta às taxas de retorno oferecidas pelos bancos. E tem dificuldade em encontrar essa informação acessando suas contas on-line. O que tenho visto em aplicações com valores baixos, nos grandes bancos, são rentabilidades próximas a 80% do CDI.E levando em conta que no CDB há incidência de Imposto de Renda sobre os rendimentos, o retorno pode ser insuficiente até para compensar a inflação (lembrando que a inflação medida pelo IPCA nos últimos 12 meses chegou a 9,3%).
Portanto, caso não consiga uma taxa de retorno acima de 95% do CDI em seu banco, sugiro investir no título Tesouro Selic (do Tesouro Direto) por uma corretora independente (não ligada a um banco), em que, com valores pequenos, você conseguirá retorno próximo de 98% do CDI e com liquidez em D+1 (1 dia útil).

O banco é sensível ao montante investido pelo correntista. Quanto mais alto o valor aplicado lá, maiores devem ser as taxas de retorno oferecidas, podendo chegar a 100% do CDI nos CDBs.
Finalidade para o CDB de liquidez diáriaPor ter sua rentabilidade diária atrelada aos juros, não há risco de perdas nesse tipo de aplicação. Todo dia o CDB irá render um pouco, de acordo com a Selic do dia. Portanto, esse produto pode ser utilizado como reserva de caixa para atender necessidades ou oportunidades de curto prazo.Caso já tenha acumulado valores suficientes para seu “colchão de liquidez” com os outros recursos poupados, sugiro diversificar sua carteira com títulos de renda fixa de prazos mais longos (sem tanta liquidez) e incentivados (isentos de Imposto de Renda), que poderão trazer retornos maiores ao portfólio.

Nos fundos de investimento de renda fixa, há cobrança de Imposto de Renda via come-cotas. Em maio e dezembro, são retidos 15% dos rendimentos como antecipação de pagamento do IR. Já nos CDBs, o imposto só é retido nos resgates e, portanto, o efeito dos juros compostos (juros sobre juros) é maior que nos fundos.Se um fundo referenciado DI entrega um retorno semelhante ao CDB de liquidez diária, opte pelo CDB. Apenas certifique-se que o CDB tenha vencimento de longo.Quando o prazo de um CDB é fixo e não há liquidez diária, a taxa de retorno oferecida pelo banco tende a ser maior. E quanto maior o prazo, maior deverá ser a rentabilidade.Além da possibilidade de ter rentabilidade pós-fixada indexada ao CDI, o CDB pode ter taxa prefixada ou ainda pós-fixada indexada à inflação.Dica: sempre compare as taxas de retorno oferecidas com as disponíveis em títulos semelhantes do Tesouro Direto.

Os títulos públicos são os ativos financeiros de menor risco do mercado e exigem baixo valor para aplicação. Portanto, para um CDB valer a pena, ele precisa oferecer rentabilidade superior.
Bancos de médio e pequeno porte
Por meio de uma corretora independente, você consegue ter acesso a CDBs de diversos bancos de médio e pequeno porte. Como os riscos são maiores que nos grandes bancos, essas instituições oferecem taxas de retorno superiores, podendo chegar a mais de 120% do CDI.Já dizia o ditado: “Quando a esmola é demais, o santo desconfia”. Recomendamos sempre olhar os ratings (avaliação das agências de risco) dos emissores e não somente a rentabilidade.Mesmo existindo a garantia do FGC de até R$ 250 mil por banco, entendo que o risco de ficar sem rentabilidade na aplicação no período entre a quebra da instituição até o pagamento, mais a burocracia e a inconveniência para receber os valores, podem não justificar optar por uma diferença pequena na taxa de retorno.

O risco que você corre é do emissor e não da corretora de valores. A corretora é apenas a intermediadora. Os títulos ficam registrados em seu nome/CPF na Cetip.Se a corretora possuir o selo “Cetip Certifica”, ela oferece maior segurança ao investidor, que saberá que seus títulos são devidamente lançados em seu nome. Caso a corretora feche, esses títulos poderão ser transferidos para outra instituição.Geralmente você não consegue visualizar os títulos distribuídos pelas corretoras sem ter uma conta aberta. Para não ter o trabalho de entrar em contato com cada corretora para descobrir, há um aplicativo para smartphone que promete entregar esses dados a você de maneira fácil, rápida e gratuita.O app Renda Fixa permite a consulta de investimentos em várias corretoras. Assim, dá uma ideia de onde você poderá encontrar os títulos que procura.

Afinal, CDB vale a pena?O CDB pode valer a pena, sim, para parte de sua carteira, desde que possua uma taxa de retorno adequada e atenda seus objetivos de investimento. Com o alto juro que temos hoje no país, o momento é favorável para aplicações de renda fixa, sendo possível obter ótimos retornos sem correr tantos riscos.A crise política e econômica no Brasil gerou grandes oportunidades de investimento tanto em renda fixa como em renda variável. Aproveite, pois o renascimento do nosso mercado está apenas começando!

Fonte: Walter Poladian Filho/Criando Riqueza
Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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