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Esportes

Pais investem e veem no futebol uma carreira promissora para os filhos

Thiago de Souza | 28/10/2015 14:40
Joaquim custeou viagens e alimentação para o filho João Vitor Moreira jogar. (Foto: arquivo pessoal)
Joaquim custeou viagens e alimentação para o filho João Vitor Moreira jogar. (Foto: arquivo pessoal)

Houve uma época em que o sonho de quase todos os pais era ver o filho se formar médico, advogado ou engenheiro. O tempo passou e muita coisa mudou. Hoje existem chefes de família que enxergam no futebol uma carreira promissora e também uma possibilidade de retorno financeiro. Por isso não poupam sacrifícios nem investimentos, inclusive o de ver o pequeno morar fora, ainda que tenha 13 anos.

O gerente de logística Rafael Chinaglia mora em Campo Grande e diz ter investido mais de R$ 35 mil na carreira do filho João Vitor Chinaglia. O garoto tem 15 anos, e desde os 13 foi em busca de oportunidades longe de casa. Ele mora em um alojamento do Clube Oswaldo Cruz, na cidade de mesmo nome no interior paulista. O pai diz que incentiva a escolha do filho em nome da realização do sonho dele. “Invisto no João Vitor desde os cinco anos de idade, paguei futebol de salão no Pelezinho e futebol de campo também”, comenta Chinaglia.

Mesmo com o incentivo, Rafael diz que é uma carreira meio arriscada ainda. “A gente procura trabalhar a cabeça dele, para não desandar. Damos a liberdade dele querer seguir ou parar”, revelou o pai. Diz ainda que a mãe, Patrícia Chinaglia, 35, foi a maior incentivadora do filho.

Por conta da Lei Pelé, um jovem só pode assinar contrato profissional a partir dos 16 anos. Por ter apenas 15 , João Vitor ainda não está vinculado a nenhum clube, mas o assédio de empresários e olheiros acontece mesmo assim. Rafael diz ainda que não descarta a possibilidade de João Vitor ir pra fora do Brasil. “Temos de estar preparados pra isso. Meu filho já foi monitorado pelo São Paulo. Tenho estudado o mercado para me informar e ver se as propostas são boas e sérias, concluiu Chináglia. João Vitor volta em dezembro para Campo Grande onde passará as férias e até fevereiro retoma os treinamentos no clube paulista.

João Vitor joga desde os seis anos e é destaque no América Mineiro. (Foto: Divulgação)
João Vitor joga desde os seis anos e é destaque no América Mineiro. (Foto: Divulgação)

O mestre de obras João Bento, 51, é pai de um jogador também chamado João Vitor. Ele diz que o filho começou a jogar bola aos seis anos e sempre chamou a atenção por ter um desempenho “diferenciado”. Bento nunca pode pagar escolinha pois o salário não dava, mesmo assim custeou viagens e alimentação para o garoto. Por conta do talento, João Vitor ganhou uma bolsa integral no Colégio Dom Bosco. Um dia o jogador foi apresentado ao treinador Adriano Arce que passou a treiná-lo, mesmo o garoto não tendo como pagar mensalidade. Tempos depois Arce o apresentou para contatos que tem nos times mineiros.

João Vitor passou pelo Cruzeiro e atualmente joga no América Mineiro, e segundo o pai é um atleta de destaque. “Já tem três grandes empresas e até multinacional querendo fechar com ele. Tem até proposta para os Estados Unidos, relatou o pai. João Bento procura saber todos os detalhes da carreira do filho, inclusive detalhes como negociações de contratos, como multas rescisórias e participação do clube nos futuros contratos do filho. 

Thiago tem 18 anos teve apoio financeiro e emocional da família. (Foto: Gerson Walber)
Thiago tem 18 anos teve apoio financeiro e emocional da família. (Foto: Gerson Walber)

Thiago Machado Moura tem 18 anos e em dezembro deve deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos para estudar e treinar na liga universitária da Flórida. Sempre quis ser jogador profissional e faz treinamento personalizado com o técnico Adriano Arce, em Campo Grande. Para ele, o apoio, emocional e financeiro da família, principalmente da mãe é fundamental para sonhar com uma grande carreira.

“Minha mãe sempre me incentivou a lutar e fazer bem aquilo que eu quisesse fazer. Em virtude das dificuldades, muitos pais tentam tirar da cabeça dos filhos o sonho de ser jogador. Comigo foi ao contrário”, pontou Moura. Thiago vai passar oito meses nos Estados Unidos e diz que se puder vai ficar por mais tempo.

Pais investem e acompanham carreira dos filhos no futebol. (Foto: Gerson Walber)
Pais investem e acompanham carreira dos filhos no futebol. (Foto: Gerson Walber)
Adriano Arce treina  e encaminha jogadores para clubes fora do Estado. (Foto: Gerson Walber)
Adriano Arce treina e encaminha jogadores para clubes fora do Estado. (Foto: Gerson Walber)
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