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Arquitetura

Inspirada na serra gaúcha, casa azul é sossego dos netos de Beatriz e Nadir

Thailla Torres | 16/06/2017 06:33
Casa no Monte Líbano, com cerca de 20 anos, é tranquilidade de moradores. (Foto: Marcos Ermínio)
Casa no Monte Líbano, com cerca de 20 anos, é tranquilidade de moradores. (Foto: Marcos Ermínio)

No estilo europeu, a cena é diferente das casas comuns na cidade. De família italiana e nascidos na região sul, dona Beatriz e o marido Nadir são os moradores que buscaram na residência  de madeira o aconchego desde que chegaram aqui. A simplicidade do lugar traduz a beleza que virou atração para quem passa na rua e hoje é recanto do netos, que aproveitam o lugar, já que os filhos cresceram. 

No Monte Líbano, quase impossível não admirar os detalhes do imóvel. Com 134m², a casa foi construída há 20 anos por um empresa de Rondônia que usou madeira da garapa. A escolha do azul foi pela facilidade de manutenção, já que a família não teria condições de envernizar a madeira anualmente.

Receosos com a visita, os donos aceitam falar desde que seja preservado o interior da casa na hora das fotografias. Mesmo assim, somos convidados a entrar e, com a madeira a vista, o lado de dentro é ainda mais aconchegante com móveis antigos e porta-retratos espalhados nas paredes.

Beatriz e Nadir, juntos há 44 anos. (Foto: Marcos Ermínio)
Beatriz e Nadir, juntos há 44 anos. (Foto: Marcos Ermínio)

"Minha filha diz que nem precisa tudo isso de foto, mas eu faço questão. É a nossa família", justifica Beatriz Deon Signor, de 69 anos. Ela vive na casa com o marido Nadir Roque Signor, de 68 anos.

Na garagem da casa onde, a camionete F1000 ano 1986 é o que também chama a atenção para o tempo que passou, amarela já desbotada, o veículo é completamente original. “Mas tudo nela ainda funciona, já fui em muita pescaria. Mas não vou vender a preço de banana", diz Nadir, responsável pela construção.

O casal conta que a casa foi erguida no bairro para matar a saudade da região em que viveram. "No sul as casa de madeira são muito comuns, tem influência europeia e cresci em uma casa assim. Meu marido e meu filho decidiram que o melhor seria ter uma casa de madeira aqui também e foi a melhor escolha", diz Beatriz.

A dona destaca as vantagens para quem insiste em falar no desconforto. "O que leva a gente a morar numa casa assim é a sensação agradável. Enquanto as pessoas acham que estamos morrendo de calor, na verdade, estamos no fresquinho e o no frio ela é ainda mais aconchegante", explica.

A F1000 guardada na garagem. (Foto: Marcos Ermínio)
A F1000 guardada na garagem. (Foto: Marcos Ermínio)
Detalhe da sacada.  (Foto: Marcos Ermínio)
Detalhe da sacada. (Foto: Marcos Ermínio)

E a fachada da casa azul com janelas avermelhadas ganhou toda admiração. "Todo dia a gente vê pessoas que passam e tiram foto. Sempre falo para ficarem à vontade, afinal vou partir e não vou levar nada disso", ri.

Mas a morada é ainda mais especial para os 5 netos, já que os 2 filhos cresceram e voaram distante da casa dos pais. "Nossas crianças aproveitaram pouco porque estavam crescidas, a gente acha que filho fica pra sempre, mas ele cresce e vai viver o mundo por aí. Mas ainda bem que chegam os netos", comemora Beatriz.

Orgulhosa, os olhos brilham ao falar do carinho dos pequenos com eles e a casa. "Eles amam isso daqui. O meu neto com 11 anos sempre gosta de vir aqui quando tem um trabalho da escola. Ele diz que tem sossego e tranquilidade. Tem dia que eu espero só meus netos chegarem, porque é aquela alegria dentro da casa".

Casados há 44 anos, Nadir e Beatriz chegaram há 30 em Campo Grande e, tudo por acaso. "Vivíamos no Paraná e tínhamos loja por lá. Um dos sócios alugou uma casa para montar a empresa em Campo Grande, mas a esposa dele acabou desistindo. Nesse caminho acabou sobrando pra gente assumir a responsabilidade e viemos. Foi difícil adaptar". 

Longe da família, o casal faz parte daqueles que até hoje sentem a diferença na cidade, mas aprenderam amar Campo Grande e não abrem mão da cidade. "Hoje eu não saio daqui, apesar do começo difícil, com pessoas muito fechadas, acabamos sendo bem recebidos. Essa cidade é deliciosa para viver", finaliza.

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(Foto: Marcos Ermínio)
(Foto: Marcos Ermínio)
Inspirada na serra gaúcha, casa azul é sossego dos netos de Beatriz e Nadir
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