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Comportamento

Ele era brega, ela 15 anos mais nova, mas no hospital os 2 resolveram se casar

Paula Maciulevicius | 12/06/2015 06:45
Em 2008, Irene viajou 300 quilômetros de ônibus para conhecer o cara que paquerava pela internet. (Foto: Fernando Antunes)
Em 2008, Irene viajou 300 quilômetros de ônibus para conhecer o cara que paquerava pela internet. (Foto: Fernando Antunes)

A história de amor que ganhou 1 ano de cinema grátis, promoção que o Lado B lançou na página do Campo Grande News no Facebook, começou com Irene, personagem principal, não querendo descer do ônibus ao ver pela janela o pretendende que conheceu pela internet. Mas o final foi feliz, terminou com o pedido de casamento em cima de uma maca na Santa Casa. 

Em 2008, Irene dos Santos Silva, de 37 anos, viajou 300 quilômetros de ônibus para conhecer o cara que paquerava pela internet. Tomou o último ônibus de Batayporã até a Capital e por não ter como voltar atrás, a escolha era apenas descer e falar com ele. Josué usava o moletom que costumava ir trabalhar. Parte do uniforme de policial militar. Aos olhos de Irene, só faltava o capacete para ele estar como um funcionário da Nasa.

"Quando eu olhei... Meu Deus! Eu queria voltar para trás. Parecia uma roupa da Nasa, horrível... Mas não tinha jeito, eu não conhecia ninguém aqui e da rodoviária o ônibus ia voltar para a garagem. O jeito era descer", recorda aquele primeiro encontro, em setembro de 2008.

À primeira impressão de Irene, Josué era baixinho, mancava e ainda usava a tal da roupa esquisita. "Meu corpo estava aqui, mas eu estava lá em Batayporã", brinca.

Em três meses o casal subiu ao altar e hoje a 'loucura', tem nome e idade: a Haniely, de 2 anos. (Foto: Fernando Antunes)
Em três meses o casal subiu ao altar e hoje a 'loucura', tem nome e idade: a Haniely, de 2 anos. (Foto: Fernando Antunes)

Os dois começaram a trocar mensagens cinco meses antes. Pela internet, num site de relacionamentos, Josué explica que não fingiu ser quem não era. "Onde as pessoas mentem e colocam outras fotos, eu não omiti nada e a minha foto era verdadeira", explica Josué Pereira da Silva, hoje com 52 anos.

A diferença de idade entre eles é de 15 anos. À época, Irene tinha 31 e ele, 45 para 46. Policial militar, Josué tem artrose no quadril, o que segundo ele, provocava a diferença visível no tamanho entre uma perna e outra.

"Ele me mandava e-mail e eu não respondia. Ou quando respondia, falava que não queria namorar. Eu já tinha sofrido uma decepção amorosa, até que resolvi vir conhecê-lo", conta Irene.

Passado o final de semana, 15 dias depois ela voltou para Campo Grande para vê-lo novamente. "Eu pedi para ele me levar numa loja de tecidos para fazer encomendas para a loja que eu trabalhava. Só que quando chegou na Mato Grosso com a Via Parque, sofremos um acidente, me levaram para a Santa Casa e lá ele me pediu em casamento, em cima da maca", descreve.

Desde o primeiro encontro pessoal, Josué já havia deixado claro que queria namorar Irene. Ela só não imaginava ser pedida em casamento tão rápido. Claro que ela disse "sim" ao pedido surpresa. Ele nada sofreu com o acidente, mas ela que era a garupa, caiu, desmaiou e teve sequelas no joelho que lhe renderam uma cirurgia posteriormente.

Por não ser xingado pelo acidente, Josué conta que percebeu que Irene era a mulher de sua vida. (Foto: Fernando Antunes)
Por não ser xingado pelo acidente, Josué conta que percebeu que Irene era a mulher de sua vida. (Foto: Fernando Antunes)

Depois de 15 dias de repouso aqui, o casal foi até a casa dos pais de Irene para formalizar o noivado e marcar a data. Em dezembro de 2008, três meses após ela descer do ônibus na rodoviária de Campo Grande, os dois trocaram alianças e disseram "sim" um ao outro.

Ao Lado B, Josué explica que soube que era Irene a mulher da sua vida, com o acidente. "Se ela não tinha ficado brava comigo, me xingado, era pra ser ela..." brinca.

Do outro lado, Irene também confirma que o acidente foi o que levou o casal a ficar junto de vez. "Pelo impacto, sabe? Eu vi que a minha vida podia ter terminado ali. Era a oportunidade de eu fazer melhores escolhas, como me casar", explica.

Claro que aos olhos dos amigos e familiares, tudo foi loucura. O perigo de conhecer alguém pela internet e ir vê-lo em outra cidade, se casar tão rápido. "Mas foi uma loucura que deu certo", admitem os dois. Hoje a loucura tem nome e idade: Haniely, a filhinha de 2 anos do casal.

Com a menina, a atenção e o dinheiro se voltaram à ela. Irene está desempregada e a família só pode contar com o salário do policial. As saídas ficam um tanto restritas, mas o romantismo entre os dois se mantém firme. "O amor supera tudo, ele quem faz a diferença. O amor e o respeito", diz Irene.

A história premiada foi esta. Irene e Josué vão ganhar um ano de cinema grátis e que façam bom proveito. "Minha história dava um filme", brinca ela.

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