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Comportamento

O cliente sempre tem razão, mas não deixa de irritar comerciantes da Capital

Anny Malagolini | 24/07/2013 07:02
Vendedora arrumando a bagunça deixada por cliente na loja.
Vendedora arrumando a bagunça deixada por cliente na loja.

O trabalhador que lida com o público tem que estar preparado para as mais desavisadas situações, independente do ramo. Quer exemplo maior de paciência do que com aquele cliente que escolhe, escolhe e não leva nada? Situações até típicas do ofício, mas afinal vendedor tem que encarar cliente mal educado, também?

A falta de paciêcia e empatia do consumidor estão no ranking das reclamações dos comerciantes. Quem trabalha em lojas de sapatos sabe como a rotina é difícil, sobe e desce do estoque, ajoelha aos pés do cliente para colocar o calçado para vender, mas às vezes, horas e horas de serviço não rendem nada além de desaforos.

Os 10 anos vendendo sapatos renderam a Marcelo Godoy, de 37 anos, paciência e o entendimento, mas ele não nega que há situações que até hoje não entende, como a pressa de alguns. "O cliente passa horas e horas provando sapatos, pedindo mais modelos no estoque e na hora de pagar a conta surge a pressa e ele se irrita com o caixa".

Já a falta de experiência da vendedora de sapatilhas Maria Aparecida Amorim, de 18 anos, transforma o humor por conta de alguns clientes. "Somos vendedores não empregados do cliente, e sim da loja", irritada, ela reclama da cliente que experimentou todo o estoque da loja, no número 38, não levou nada e ainda saiu reclamando por nenhum calçado ter ficado bom.

Reclamação pela demora no atendimento é a mais comum entre os clientes na hora de comer.
Reclamação pela demora no atendimento é a mais comum entre os clientes na hora de comer.
"Pressa" em pagar costuma gerar tumulto, mesmo quando eles demoraram horas para escolher.
"Pressa" em pagar costuma gerar tumulto, mesmo quando eles demoraram horas para escolher.

A falta de respeito com quem atende chega ao extremo quando a falta de paciência passa aos insultos. Recentemente Marcelo Rabelo, de 26 anos, que é vendedor em uma loja de eletrodomésticos foi chamado de "burro" por uma cliente, que no fim do atendimento teve até que pedir desculpas ao vendedor, já que ela é quem havia feito confusão. "Na hora a gente respira bem fundo, tem que saber lidar, mas é claro que irrita". Marcelo reclama principalmente do comportamento de alguns dos clientes. "Já chegam com a postura de que quem manda é eles, querem tudo da forma deles, são apressados".

Restaurantes, lanchonetes e padarias sempre são cenários para problemas, seja pelo demora, entrega errada do pedido e até erro na conta. Quem já passou por isso sabe o quanto é chato, mas o consumidor também se esquece que nem todo erro é proposital.

A falta de diálogo na hora do pedido dos pratos, por exemplo, é um grande problema segundo o proprietário de uma lanchonete no centro da Capital, Runey Armes, de 40 anos. " O garçom não tem como adivinhar como que o cliente vai querer a comida se não for explicado, e o prato chega a mesa e o cliente quer devolver, é complicado", compartilha.

Outro problema na relação com o consumidor é a falta de paciência deles, que estão do lado de lá do balcão. "O cliente não entende que existe uma demanda, que certamente há pedidos na frente do dele e por conta disso é preciso esperar, a comida não é instantânea", manifesta.

E claro, que as implicações em decorrência do tempo e erros eventuais ao atendimento resultam em alterações de voz e grosserias que a falta do bom senso e educação pregam. E ainda há quem diga que o cliente tem sempre razão. Será?

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