ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 33º

Consumo

Nas oficinas de conserto, agora clientes abandonam até televisor de led

Anny Malagolini | 27/04/2014 07:38
Na eletrônica “Videosap”, aparelhos são doados. (Foto: Marcelo Victor)
Na eletrônica “Videosap”, aparelhos são doados. (Foto: Marcelo Victor)

Consertar um eletrodoméstico hoje em dia é lucro, porque a maioria prefere substituir. Receber pela arrumação é outro desafio, já que muitos objetos ficam esquecidos ou são abandonados pelos donos nas oficinas. O descarte fácil não é notícia recente, mas agora até produtos novos são deixados de lado, evidenciando como consumir é algo cada vez mais forte.

Na eletrônica “Videosap”, quem se deu bem foi o proprietário. O comerciante Ademilson Constantino, de 35 anos, ganhou uma TV de led em 3D, de 47 polegadas.

Ele conta que o cliente deixou o aparelho para arrumar, mas depois de alguns meses, sem ir buscar, apenas ligou dizendo que não retiraria a TV. "Uma do mesmo modelo, nova, chega a custar mais de três mil reais, quase três vezes mais cara que o preço do conserto, que foi de R$ 1.2 mil", diz Ademilson.

DVD, televisor de tubo, liquidificador, ventilador, enfim, produtos que são usados no dia a dia são os que mais entram no ranking de produtos “esquecidos”, aponta Ademilson. Alguns dos aparelhos são antigos e o custo do conserto acaba sendo o mesmo de um produto novo na loja.

Ele explica que o espaço não comporta todos os produtos que são deixados pelos clientes, então ele dá os aparelhos a sucateiros, mesmo que estejam em bom estado. “Ou então quem ganha são os parentes e amigos”, revela.

Não há um prazo determinado para que o cliente vá buscar o aparelho que foi deixado para conserto. “Nós ligamos e avisamos que está pronto, mas às vezes esperamos por anos. Enquanto o cliente se pronuncia, a gente guarda”.

Funcionário da eletrônica “A Casa do Eletrodoméstico”, o técnico Edson Roman Baes, de 34 anos, conseguiu comprar pela bagatela de 300 reais, uma geladeira que na loja, segundo ele passa de dois mil. “Era só arrumar o motor, mas a dona dispensou ela e deu para a loja”, conta.

Ele explica que o prazo médio de espera para que venham buscar os aparelhos é de 90 dias, mas alguns acabam ficando encostado e chegam a ficar por anos na loja. Um exemplo é uma máquina de lavar de 15 quilos que está na loja há dois anos.

São tantos produtos que são “esquecidos”, que o jeito foi colocar eles em depósito e revender, para não ficar no prejuízo. Ferro, liquidificador, furadeira, são alguns dos produtos a venda e por um preço bem abaixo do mercado, a partir de R$ 30,00, dependendo do modelo.

Nesta loja, ferros, liquidificadores e até furadeiras esperam pelos donos em uma estante, na recepção da loja, mas Edson avisa que no prazo de 90 dias, se não houver manifestação, ele os colocará a venda.

(Foto: Marcelo Victor)
(Foto: Marcelo Victor)
Com tanto eletrônico "esquecido", o jeito foi vender os produtos. (Foto: Marcelo Victor)
Com tanto eletrônico "esquecido", o jeito foi vender os produtos. (Foto: Marcelo Victor)
Nos siga no Google Notícias