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Diversão

Boteco tem cara de família e velha guarda fazendo o som

Ângela Kempfer e Anny Malagollini | 14/12/2012 07:30
Osni, de branco, toca baixo ao lado dos amigos.
Osni, de branco, toca baixo ao lado dos amigos.

A casa de madeira, com uma varada bem de interior, agora é ponto de encontro para músicos da velha guarda em Campo Grande. É um daqueles lugares com alma, com uma atmosfera que por si só justifica chegar e sentar.

A mesa posta lembra a de uma família e é assim que todo mundo se comporta no “Buteco do Osni”, no bairro Flamboyant, super à vontade.

Na rua principal, depois das 20 horas, o que toca é Música Popular Brasileira. O prato principal é peixe ensopado ou frito, com arroz, pirão e salada. Os bem dispostos podem pegar o prato e se servir sem cerimônia, pelo preço único de R$ 20,00, mas também há petiscos no cardápio.

Na cozinha, Nadir dá o tempero. É a esposa do sujeito que resolveu abrir o boteco depois de anos tocando na noite. Osni dá nome ao bar e a personalidade também. A cerveja é na temperatura que o proprietário gosta e o repertório como ele sempre sonhou em ganhar a vida.

“De repente me peguei tocando com velhos amigos e agora quando vejo o bar cheio fico orgulhoso. É a extensão da minha casa.”

Aos 54 anos, Osni resolveu ter um bar do jeito que sempre imaginou. Alugou o prédio de uma antiga lanchonete, já depredado pela molecada, abriu o “Buteco” há um ano e de quarta a domingo reúne amigos para tocar.

Um deles tem papel importante nesta história. O ex-responsável pela banda da Polícia Militar, “Maestro Assis”. Amigo querido, o senhor de 72 anos sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e com os movimentos comprometidos ficou deprimido. “Então chamei ele para tocar. As pernas não mexiam, mas os braços sim”, conta Osni.

Hoje o maestro toca saxofone ao lado de outros companheiros de música, como Tio Biga, baterista e percussionista que surge do nada em uma noite de quarta-feira com o pandeiro debaixo do braço e pede para tocar.

Ele e Osni são paulistanos e contam que se conheceram na esquina mais famosa de São Paulo, a Ipiranga com a São João. “Era lá onde os músicos se encontravam. Depois, nos reencontramos aqui em Campo Grande”, lembra.

Para a clientela, uma dica, como a maioria já tocou por anos em barzinhos para ganhar a vida, hoje querem ouvir só o que gostam. Por isso, é preciso atenção com os pedidos.

“Sempre pediam sertanejo, por exemplo, e eu tocava. Mas agora quero fazer o que eu gosto”, explica Osni.
A solicitação por “um Chico Buarque” é atendida prontamente, por ser figura fácil no repertório dos amigos músicos.

“A música alimenta nossa alma”, justifica o maestro Assis.

O “Buteco do Osni” funciona de quarta a sexta, das 20h até 24h. Sábado e domingo abre para o almoço. O bar fica na Rua Brasilândia 688, perto da Praça do Flamboyant.

Mesa é posta com peixe frito e ensopado.
Mesa é posta com peixe frito e ensopado.
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