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Games

Nintendo tentou entrar no mundo da realidade virtual com Virtual Boy

Edson Godoy | 15/09/2015 06:45
Nintendo tentou entrar no mundo da realidade virtual com Virtual Boy

No capítulo anterior falamos sobre o Apple Bandai Pippin, console lançado em 1995 como a primeira tentativa da famosa empresa americana de entrar no mundo dos videogames. Nesse mesmo ano, outra famosa empresa, a Nintendo, tentou inovar no mercado de games, lançando um console que utilizava realidade virtual, algo que estava muito em voga em meados da década de noventa.

Mostrado ao público em novembro de 1994, o console chamou atenção a mídia. Afinal, muitas empresas tentavam sem sucesso até então explorar a realidade virtual nos consoles. E dessa vez, quem chamou a responsabilidade foi a Nintendo, e fez isso através de um de seus maiores gênios: Gunpei Yokoi, criador de tesouros da empresa como o Game Boy. O console seria o primeiro portátil com processador de 32bit da história (isso seis anos antes do lançamento do Game Boy Advance). O nome provisório do projeto inclusive era VR 32.

Então em julho de 1995 o console chegava no Japão. Em agosto do mesmo era foi a vez do console desembarcar nos Estados Unidos. O console chegava com uma linha inicial de quatro jogos: Mario’s Tennis (jogo que acompanhava o console nos Estados Unidos), Red Alarm (jogo de nave), Teleroboxer e Galactic Pinball. Nenhum dos jogos demonstrava a tão falada realidade virtual que a propaganda do console anunciava.

Isso tem uma explicação: durante o desenvolvimento do console, diversas modificações foram feitas no hardware, para torna-lo acessível financeiramente falando. A primeira foi a utilização de telas monocromáticas, que utilizavam as cores vermelho e preto. Utilizar telas coloridas jogaria o preço do console nas alturas e a Nintendo achou por bem baratear o console, que já não era muito barato – 180 dólares, menos que um console de mesa da época, mas bem mais que um portátil, como o Game Boy.

Outro grande problema foi na ausência de portabilidade, pois apesar do console ser basicamente um óculos, ele não era “vestido” no rosto do jogador como um. Para joga-lo era necessário utilizar um tripé que o acompanhava, onde o jogador o apoiaria em uma mesa plana e jogaria sentado em uma cadeira, com os ombros arqueados. Não era nada confortável.

Para piorar, o console causava enjoo, náusea, tontura e diversos outros efeitos desse tipo. Tanto é que a cada 15 minutos, o console entrava em um pause automático, para o jogador descansar a vista e a mente, algo inédito na história dos videogames. Além desses problemas, os efeitos 3D, que eram feitos com um jogo de espelhos que ficava dentro do console e utilizando a conhecida técnica de “parallax”, ficaram longe do que era anunciado. Resumindo: era praticamente uma “irrealidade” virtual.

E quanto aos jogos? Outro quesito em que o console deixou bastante a desejar. A biblioteca disponível para ele é super pequena. Apenas 22 jogos foram lançados, sendo vários deles exclusivos do Japão. Entre os destaques, podemos citar Virtual Boy Wario Land – jogo que iniciou a série de jogos do anti-herói Wario, Mario’s Tennis – outro que também iniciou uma série de jogos de tênis com o bombeiro civil italiano, e que faz muito sucesso até hoje, e Teleroboxer – comumente dito como o jogo que mais trouxe a sensação de realidade virtualdo console (ainda assim, muito aquém do que se esperava).

Diante de todos esses problemas, o Virtual Boy foi um dos maiores fracassos da história dos videogames e sem dúvida o maior da grande Nintendo. Ele também carrega o título de console da Big N que ficou menos tempo no mercado: seis meses no Japão e oito meses nos Estados Unidos. Estima-se que o console não vendeu nem 800 mil unidades, bem longe dos 1.5 milhão de consoles que a empresa estimava vender ainda em 1995.

Apesar de tudo isso, o console é tão ruim assim? Acredite: não é. O maior problema dele é que não entrega o que era prometido e isso já se mostrou fatal na história dos videogames (vide o Atari Jaguar, por exemplo). Mas ainda assim dá para se divertir com ele, além de ser um console extremamente colecionável e exótico. Confira nos vídeos abaixo alguns de seus jogos.

E assim terminamos mais um capítulo de nosso especial. No próximo falaremos sobre outro console da Big N: o Nintendo 64. A coluna de games do Lado B tem o apoio da loja Retro Gamers. Visite também o meu site, o Vídeo Game Data Base.

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