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Meio Ambiente

Comitê lamenta morte de onça e diz que ações de resgate envolvem risco sempre

Caroline Maldonado | 10/06/2014 20:24
Onça caiu no rio após receber dose de sedativo (Foto: Diário Corumbaense)
Onça caiu no rio após receber dose de sedativo (Foto: Diário Corumbaense)

Não há previsão para o resultado do laudo da necropsia do corpo da onça-pintada que morreu após ser contida por veterinários, em uma residência de Corumbá, município distante 419 quilômetros de Campo Grande. A onça, que estava em uma árvore à margem do rio Paraguai, junto aos filhotes, foi resgatada, no sábado (7), por uma equipe do Comitê de Incêndios Florestais e Contenção de Animais Silvestres.

De acordo com a PMA (Polícia Militar Ambiental de Corumbá), os três animais foram sedados durante a captura, que se iniciou às 6h e durou cerca de sete horas. Segundo o comandante da PMA, major Nivaldo de Pádua, não há como arriscar qual o motivo da morte da onça, que caiu no rio após a sedação, disparada por uma arma anestésica.

“Com a sedação, evidentemente, corre-se um risco, mas é o mesmo que está sujeita uma pessoa que precisa de uma anestesia. A diferença é que no caso de um animal já contido se pode fazer exames antes para saber se o animal está preparado, mas no caso de um animal que está em meio à população, oferecendo risco às pessoas, não há outra alternativa”, explica o major.

Em reunião ontem (9), o Comitê, que coordenou o resgate dos animais, avaliou a operação como um sucesso, embora lamente a morte da onça, conforme informou a assessoria de imprensa da Embrapa Pantanal de Corumbá. Fazem parte do Comitê, representantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Militar Ambiental, Guarda Municipal, além da Embrapa Pantanal. A avaliação dos iterantes do grupo considera que foi seguido à risca o protocolo estabelecido previamente para operações desse tipo.

A analista ambiental do Cenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros), Rose Gasparini, que acompanhou os acontecimentos pelas notícias da imprensa, acredita que a morte da onça-pintada foi uma fatalidade. “Corumbá é uma das regiões do país que tem uma boa equipe para essas operações e também tem os equipamentos necessários, o que não ocorre na maioria do país, infelizmente”, avaliou.

Os dois filhotes foram encaminhados ao Cras (Centro de reabilitação de Animaiis Silvestres), em Campo Grande, onde devem permanecer por oito meses para então retornar à natureza.

Animais nas cidades - De acordo com Pádua, o aparecimento de onças pardas é comum nas proximidades do rio e até mesmo em algumas ruas de Corumbá, já a onça-pintada aparece com menos frequência. O principal motivo, de acordo com o major, são as cheias do rio e os incêndios.

Segundo Rose, existem ações para minimizar a incidência de animais e áreas urbanas, em todo país. Os planos de ação para a proteção dos animais são desenvolvidos pelo ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), uma autarquia do Governo Federal.

A analista explica que, embora o instituto atue incansavelmente nessa área, as ações não estão sendo suficientes para proteger os animais. “O meio ambiente não é prioridade no Brasil. Nós fazemos de tudo, mas faltam recursos”, lamentou.

Filhotes estão no Cras, em Campo Grande, para reabilitação (Foto: Edemir Rodrigues)
Filhotes estão no Cras, em Campo Grande, para reabilitação (Foto: Edemir Rodrigues)
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