ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 33º

Meio Ambiente

MPT se reúne com Prefeitura para evitar disputa judicial no lixão

Nyelder Rodrigues e Viviane Oliveira | 24/01/2013 20:54
Representantes dos trabalhadores, MPT, Defensoria Pública e Prefeitura participaram do encontro (Foto: Luciano Muta)
Representantes dos trabalhadores, MPT, Defensoria Pública e Prefeitura participaram do encontro (Foto: Luciano Muta)

Ministério Público do Trabalho (MPT), Defensoria Pública do Estado e Prefeitura de Campo Grande se reuniram nesta quinta-feira (24) pela segunda vez para conversar sobre a situação dos catadores no lixão. Representantes dos trabalhadores também participaram.

O prefeito Alcides Bernal (PP) não pode comparecer ao encontro, e o secretário da Seintrha, Semy Ferraz foi quem representou o município. Os itens que compõe o TAC (Termo de Ajustamento e Conduta) foram discutidos, e uma nova reunião foi marcada para a próxima quinta (31).

Hoje, ficou definida a formação de uma comissão para acompanhar e facilitar a comunicação entre catadores, Prefeitura e a concessionária CG Solurb. A comissão será formada por membros da Prefeitura que serão indicados até amanhã (25), e dois representantes dos trabalhadores.

Além disso, o horário de permanência dos trabalhadores foi alterado das 8h às 18h para das 6h às 19h durante o horário de verão, e das 5h às 18h em horário normal. Menores de 18 anos e grávidas serão impedidas de entrar no local, mas terão que ser inclusos em programas sociais.

O MPT quer resolver a situação com a Prefeitura sem que seja necessária uma disputa judicial. Por determinação da justiça, o lixão foi reaberto pela Prefeitura, mas o MPT quer que o local siga aberto apenas se houver condições de trabalho para os catadores, até que seja concluída a Usina de Triagem de Resíduos (UTR).

Pelo menos 10 exigências foram feitas pelo MPT, em TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entregue a Prefeitura e que foi elaborada após visita técnica dos peritos do MPT ao lixão, no último dia 16. As medidas são consideradas emergenciais.

Entre elas está o fornecimento gratuito e do equipamento de segurança EPI, que seria de uso obrigatório, além de bebedouros na proporção 1 para 50 trabalhadores, instalações sanitárias, vestiário e locais para refeições.

Lavatórios, material para a limpeza e secagem das mãos, chuveiros e medidas especiais para evitar contato excessivo com as condições climáticas extremas, esteiras e plataforma para seleção de lixo também fazem parte das exigências.

Além disso, os catadores devem seguir trabalhando na área de transição, sem ter acesso à montanha de lixo. Para isso, primeiro o lixo deve ser jogado pelos caminhões nessa área de transição, para depois serem levados em uma retro-escavadeira para a montanha.

De acordo com o procurador do Trabalho, Paulo Douglas Almeida de Moraes, no TAC constam as condições mínimas para que os catadores continuem trabalhando, já que trata-se de uma atividade insalubre e perigosa.

Ele também afirma esperar que a Prefeitura analise o TAC e assine o mais breve possível. O secretário da Seintrha, Semy Ferraz, disse que primeiro será preciso analisar “com cuidado e segurança orçamentária” os pedidos para que seja firmado o compromisso.

“Não vou permitir que o lixo seja jogado em cima da montanha novamente”, garantiu Semy, que revelou que uma das alternativas para que as exigências fossem cumpridas seria oferecer uma bolsa-auxílio e curso de qualificação para os catadores. Uma das propostas é que o valor da bolsa auxílio fosse de R$ 3 mil.

Já defensora pública Olga Lemos Cardoso mantém a posição de que o acesso ao lixão não pode ser impedido até que a UTR esteja pronta, já que eles são autônomos e a única fonte de renda dos catadores são os materiais recicláveis.

“Antes do dia 18 de dezembro, ninguém se preocupava com a segurança deles. A segurança foi colocada em segundo plano, assim como os catadores”, declarou Olga. Atualmente, há 120 catadores cadastrados no lixão e 75 na UTR. Já na SAS (Secretaria de Assistência Social), existem 400 pessoas.

O representante dos catadores, Luis Henrique Berrocal, mostrou-se receptivo às propostas e que os trabalhadores querem resolver logo a situação.

“O que vier da Prefeitura será bem vindo para nós. Concordo que não podem entrar menores e gestantes, mas queremos e vamos lutar para ficar aberto 24h”, disse Luis Henrique, se referindo ao período em que o local ficava aberto, das 8h às 18h, o que prejudica os trabalhos dos catadores.

Nos siga no Google Notícias