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Política

“Crime” de assessora foi “cozinhar em acampamento”, afirma deputado

Aline de Paiva Lopes, assessora de Rafael Tavares (PRTB), foi alvo de ação da PF nesta manhã

Anahi Zurutuza | 05/09/2023 14:39
Rafael Tavares ao lado da assessora Aline de Paiva Lopes (Foto: Reprodução das redes sociais)
Rafael Tavares ao lado da assessora Aline de Paiva Lopes (Foto: Reprodução das redes sociais)

O deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) postou vídeo nas suas redes sociais saindo em defesa de Aline de Paiva Lopes, assessora dele. O parlamentar afirmou que o único “crime” cometido pela funcionária foi “ajudar na cozinha do acampamento em frente o CMO [Comando Militar do Oeste]”, onde até janeiro estavam instaladas barracas de manifestantes contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto Tavares quanto advogados, que acompanharam a ação contra Aline, afirmam que a militante de direita está sendo vítima de perseguição política. A assessora parlamentar foi um dos alvos em Mato Grosso do Sul da 16ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga financiadores e fomentadores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando manifestantes vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF).

“Hoje, a Polícia Federal foi na casa dela. Se ela tivesse guardando dinheiro na cueca, como os assessores dos deputados do PT faziam, isso não acontecia”, afirmou o deputado sul-mato-grossense no vídeo.

Ele explica que a assessora trabalhou no acampamento do CMO, mas não esteve no protesto da capital federal. A ligação que ela poderia ter com o quebra-quebra seria “passar um contato” para alguém. “Simplesmente, passou um contato e hoje recebeu policiais federais na casa dela. Mais um absurdo que acontece na ditadura do PT”.

Danilo Azambuja (na frente) defende colega de gabinete em frente à PF de Campo Grande (Foto: Reprodução das redes sociais)
Danilo Azambuja (na frente) defende colega de gabinete em frente à PF de Campo Grande (Foto: Reprodução das redes sociais)

O advogado Danilo Assis Azambuja, que acompanhou Aline até a Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande e é chefe do gabinete da Tavares, afirmou que a colega está sendo vítima de perseguição. Em vídeo divulgado na página do movimento EnDireitaMS, ele diz que a ação foi uma “tentativa de vincular a imagem do deputado Rafael Tavares” ao 8 de janeiro.

Mais cedo, em entrevista na porta da sede da PF na Capital, Danilo afirmou que a cliente compareceu espontaneamente e que não teve acesso às acusações contra Aline. “Ela não esteve presente no 8 de janeiro, não esteve em Brasília e tão somente se manifestou pacificamente aqui em Campo Grande, em frente ao CMO, assim como todos do Movimento EnDireitaMS”.

Já o advogado Marcos Caldeira afirmou que nem a Polícia Federal sabia o que estava fazendo, quando saiu às ruas da Capital, no início desta manhã, para cumprir mandados de busca e apreensão. “Nem a polícia tem o inquérito. Cumpriram o mandado, mas eles não têm a ordem por completo, eles não têm a acusação em si. Foi até difícil prestar esclarecimentos porque nem mesmo a delegada sabia o que ela poderia perguntar. Veio um script, um verdadeiro script, com perguntas que a delegada teve que ler”.

Aline Lopes ficou em silêncio durante a entrevista dos defensores para o Campo Grande News. Os advogados não informaram o que foi apreendido na casa da cliente, justificando que se trata de inquérito sigiloso.

De fato, a petição que resultou nas 53 ordens de busca e apreensão, expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, tramita em sigilo absoluto desde o dia 14 de agosto, no STF (Supremo Tribunal Federal). O processo só pode ser acessado fisicamente, no gabinete do magistrado.

Rafael Tavares informou que Aline trabalha com ele desde a época da campanha eleitoral, em 2022. Na Assembleia Legislativa, atua como assessora intermediária III, com salário base de R$ 1.334,25, ligada ao “gabinete itinerante”, tendo como função colher as demandas da população.

O outro alvo da operação em Mato Grosso do Sul é o suplente de deputado estadual Rodrigo de Souza Lins, 40 anos.

Nacional – Além dos 53 mandados de busca e apreensão, Moraes determinou a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões.

Os alvos são investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

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