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Política

Depois de moradores, prefeito manda agentes protestar na Câmara

Luciana Brazil e Jéssica Benitez | 12/09/2013 10:40
Agentes uniformizadas vão à Câmara sem saber o que reivindicar. (Foto:Marcos Ermínio)
Agentes uniformizadas vão à Câmara sem saber o que reivindicar. (Foto:Marcos Ermínio)

Depois dos moradores de três bairros, assessores do prefeito Alcides Bernal (PP) dispensaram do trabalho e incentivaram agentes comunitários de saúde a ir, nesta quinta-feira (12), protestar na Câmara Municipal de Campo Grande. Cerca de 50 funcionários, sendo apenas 10 uniformizados, estavam no plenário para pressionar os vereadores.

Sem saber exatamente o que reivindicar, eles garantem que foram liberados do serviço para protestar no plenário. Porém, alguns não tinham ideia do que deveriam “cobrar” dos parlamentares.

Uma mensagem de texto enviada ao telefone dos funcionários exigia a participação do grupo. O pedido era direcionado ao decreto que aumenta a produtividade dos agentes no SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo a Prefeitura, vereadores tentam impedir a votação e "estariam contra os agentes".

Na terça-feira, Bernal mandou três ônibus levaram moradores dos bairros Novo Mundo, Cidade de Deus e Dom Antônio Barbosa protestar na Câmara contra o legislativo. Eles teriam recebido promessa de receber casa em troca da manifestação.

A agente comunitária Alexandra Pito disse que o grupo já sabia que eles deveriam seguir até a Câmara.

Mensagem enviada aos agentes comunitários. (Foto:Divulgação)
Mensagem enviada aos agentes comunitários. (Foto:Divulgação)

“Fiquei sabendo que era para reivindicar sobre o aumento da produtividade do SUS. A Prefeitura disse que os vereadores é que estão barrando”.

Sem querer dar detalhes, a funcionária da Prefeitura Alice Poth, disse que recebeu uma ligação da gerente avisando sobre o “manifesto”. “Ela disse que eu estava liberada do trabalho, mas que era para vir para Câmara reivindicar auxílio alimentação, mas ninguém explicou o que eu tinha que fazer”, disse.

Enquanto a equipe de reportagem conversava com a agente comunitária, um homem que não quis se identificar, interrompeu a conversa e rispidamente disse que todos estavam lá por “conta própria”. “Para de falar isso”, se dirigiu a agente comunitária. “Ninguém veio reivindicar isso. Viemos só assistir a audiência. Viemos por conta própria”.

O homem ainda disse que os funcionários no legislativo municipal estavam de férias. “Ninguém liberou ninguém”. Questionado pela reportagem sobre as férias, ele respondeu: “Então tem gente faltando trabalho, mas cada um assume a consequência. A gente vai assumir a consequência”.

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