Em evento, Rose diz que votaria de novo pela cassação de Bernal
A candidata a prefeita de Campo Grande, Rose Modesto (PDSB), se encontrou na noite desta quarta-feira (14) com professores da rede municipal e estadual, além da privada, entre outros interessados, em ato para discutir temas relativos à educação na Capital. Durante o debate, ela também falou sobre a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), frisando que votaria outra vez pelo impeachment.
"Quase não falo sobre isso, mas é bom que vocês ouçam a verdade na história. Na época [da cassação] eu era vereadora e havia uma comissão processante, ou vota sim ou não. Fui a todas as instâncias para saber se houve crime, e meu voto foi técnico, não foi político. Se fosse hoje, eu votaria sim de novo", disparou a candidata.
Bernal foi cassado em março 2014 pela Câmara Municipal. Porém, um ano e cinco meses depois, conseguiu na Justiça voltar ao cargo, afastando o então prefeito Gilmar Olarte. Quando isso aconteceu, Rose já era vice-governadora.
"Contra mim, nunca houve nada contra oficializado, nunca houve quebra de sigilo. Me coloquei a disposição da Justiça para tivessem todas informações sobre minha vida, porque quem não deve não tem nada a temer. Não fiz um favor. O que fiz é meu dever. Hoje em dia são poucos na política que não tem nada contra si", destaca Rose.
Propostas - O evento reuniu cerca de 4 mil pessoas, entre elas diversos profissionais da educação no ginásio do Rádio Clube, conforme a organização. Além de assuntos ligados a área do ensino, também foram tratados temas como segurança pública e saúde, reforçando os compromissos feitos durante o debate da ACP ontem (13).
"Vi nessa reunião pessoa que, como eu, vieram de família simples e também conseguiram crescer por meio da educação", comentou Rose, que também é professora e crê que o setor seja uma prioridade a ser tratada pela gestão municipal.
Entre os compromissos feitos, está o cumprimento do piso nacional para 20 horas de trabalho dos professores. "Mas não estamos achando que vai ser fácil. Não há dinheiro sobrando. Mas é importante investir na educação para depois gastar menos na segurança, por exemplo, sem contar que você forma pessoas críticas", argumenta a peessedebista.
Além disso, Rose confirma que, se eleita, já em fevereiro quer sentar com o sindicato dos professores para discutir como será feito o cumprimento do reajuste do piso salarial e aberto do processo de eleições diretas nas escolas para diretor e diretor adjunto, tornando o espaço escolar mais democrático e com mais liberdade aos professores.
"No início do ano vimos dezenas de diretores que tinham vida dedicada às escolas sendo exonerados e sabendo disso só pelo diário oficial. Gestor que faz isso não está punindo o diretor, e sim o processo de educação", explica Rose, avaliando também as notas baixas no Ideb para a Capital como reflexo de uma má gestão política.
"O que nos motiva é ter a convicção que dá para fazer mais. Não é possível mudar tudo, mas priorizar as coisas fundamentais, começar com o simples, fazendo funcionar o que já existe. As coisas só funcionam com uma boa equipe", completa a candidata, dizendo ainda que o compromisso vai além dos salários, mas também com a formação continuada.
Saúde e segurança - Sobre as demandas reprimida em segurança e saúde pública, Rose Modesto indicou que melhorias para a Guarda Municipal, dando mais estrutura de trabalho para a mesma poder realizar trabalhos preventivos. Há a pretensão também de realizar uma atuação conjunto com a PM (Polícia Militar).
"Estou sonhando com uma conversar com o governador para que a Guarda Municipal possa trabalhar em conjunto com a Polícia Militar em Campo Grande, afinal, se o crime está organizado, nós também temos que estar organizados" frisa Rose.
Já na área da saúde, a candidata tucana usou como exemplo de sucesso da Caravana da Saúde. "É um projeto que deu certo e atendeu diversas pessoas que estavam na fila para serem atendidas, a muito tempo", destacou.
Rose também disse que o próximo passo é reestruturar as unidades de saúde que já existem, e também regionalizar os atendimentos. "Campo Grande não suporta mais atender tantos municípios, é preciso regionalizar a saúde pública".