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Política

Justiça já negou dois pedidos para libertar presos por extorquir vereador

Aline dos Santos | 20/04/2015 09:12
Alceu Bueno pagou para barrar denúncia de exploração sexual envolvendo adolescentes. (Foto: Câmara Municipal)
Alceu Bueno pagou para barrar denúncia de exploração sexual envolvendo adolescentes. (Foto: Câmara Municipal)

A defesa do ex-vereador Robson Martins e do empresário Luciano Roberto Pageu, presos desde quinta-feira (dia 16) acusados de extorsão contra o vereador Alceu Bueno (PSL), já teve dois pedidos negados para colocá-los em liberdade.

De acordo com o advogado Ramão Sobral, o relaxamento de prisão foi negado no dia 17. No sábado, dia 18, durante o plantão, a desembargadora Maria Isabel de Matos Rocha, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), indeferiu liminar no pedido de habeas corpus.

Agora, a defesa aguarda respostas para os pedidos de liberdade provisória, apresentados à 5ª Vara Criminal de Campo Grande. Para o advogado, o mais provável, devido ao feriado, é que a resposta venha somente na quarta-feira.

Ele avalia que a situação de Robson Martins é de mais fácil resolução. “Tem residência fixa, profissão, sem antecedentes criminais. Não foi pego com dinheiro. Estava mediando, não estava extorquindo”, afirma Sobral.

O advogado vai tentar transferir Robson para um quartel. O ex-vereador é advogado e, portanto, teria direito a essa prerrogativa. Advogado preso preventivamente tem o direito de ser recolhido em sala de Estado Maior da Polícia Militar. Na falta de local adequado, a prisão deve ser cumprida em regime domiciliar.

Os presos relataram ao advogado que não eram os autores da extorsão, somente mediadores e que o autor seria Fabiano Viana Otero.

Extorsão e exploração sexual – Robson e Luciano foram preso em flagrante pela equipe da DPCA ( Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) depois de o vereador Alceu Bueno denunciar extorsão. No dia 16, após conversarem na praça de alimentação do hipermercado Walmart, os três rumaram para o estacionamento. No carro de Alceu, Luciano pegou envelope com R$ 15 mil, distribuídos em 300 cédulas de R$ 50.

O pano de fundo é denúncia de sexo com adolescentes de 15 anos e pagamento de R$ 100 mil. Conforme inquérito policial anexado ao processo, Fabiano teria induzido duas adolescentes a saírem com diversas pessoas, incluindo o vereador. O detalhe era de que uma micro-câmera deveria ser levada nos encontros.

Alceu Bueno procurou a DPCA na manhã de quinta-feira, dia 16 de abril, e acusou Robson e Luciano de extorsão. O parlamentar disse já ter pago R$ 100 mil e o motivo foi de que uma cafetina teria vídeos de Alceu mantendo relações sexuais com as menores de idade. Porém, o vereador desconfiava que a cafetina fosse fictícia, ou seja, de que a chantagem era orquestrada por Robson e Luciano.

No sábado, Alceu Bueno confirmou ter feito a denúncia de extorsão. Mas, segundo ele, tentaram extorquir um homem de bem.

Preso, Luciano Pageu afirmou que soube por Fabiano- que teria sido preso por “estar” com a namorada e uma amigas, ambas adolescentes - sobre os vídeos de sexo com menores de idade. A cafetina estaria irritada por ser investigada e prometia entregar todos.

Luciano pediu as imagens e a cafetina mandou as fotos. Uma delas tinha as duas adolescentes nuas e o vereador. Ele conta que reconheceu Alceu de imediato e levou as imagens para o parlamentar.

No depoimento, Robson Martins conta que foi procurado pelo empresário, que se apresentou em nome do vereador. Depois, houve encontro com Alceu. Segundo Robson, ele relatou o episódio com as menores de idade, pediu ajuda e não mencionou extorsão.

Em 2003, Martins, que ainda exercia mandato de vereador, foi denunciado por exploração sexual infantil e renunciou. Ele foi absolvido pela TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas teve a carreira política fragilizada, não conseguindo novo mandato.

A prisão em flagrante por crime de extorsão foi convertida em preventiva pelo juiz da 5ª Vara Criminal, Waldir Peixoto Barbosa. Conforme o magistrado, o caso tem conexão com um processo que tramita sob sigilo na 7ª Vara Criminal.

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