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Política

Nas ruas, campo-grandenses deixam recado para o próximo prefeito

Aline dos Santos | 01/10/2016 09:01

Qual o maior desafio do próximo escolhido a administrar a maior cidade de Mato Grosso do Sul? Com a palavra, o povo. O Campo Grande News percorreu a cidade e ouviu de seus moradores o recado que eles têm para o prefeito.

Fomos à velha rodoviária, ao Camelódromo, à favela, paramos no ponto de ônibus, na frente da escola e na porta do posto de saúde para perguntar: e aí, eleitor, qual seu recado para o próximo prefeito? 

José Paulino Ribeiro, 73 anos, espera dias melhores. (Foto: Fernando Antunes)
José Paulino Ribeiro, 73 anos, espera dias melhores. (Foto: Fernando Antunes)

Velha rodoviária

Na loja inaugurada em 1976, o cearense José Paulino Ribeiro, 73 anos, espera dias melhores para quem resiste no Centro Comercial Condomínio Terminal Oeste, na antiga rodoviária de Campo Grande.

"A minha ideia é de que eles poderiam ligar essa rodoviária com a outra. Por exemplo, o ônibus vem de Cuiabá, passa aqui, deixa quem vai ficar em Campo Grande e segue a viagem. Interligar uma na outra. Porque na maioria das cidades, as rodoviárias nova e velha são interligadas. Não isolam a antiga. Meu outro recado é que o novo prefeito faça a revitalização”, afirma o comerciante.

 A preocupação com o futuro leva o nome de Pedro, a nova vida que Franciele traz no ventre. (Foto: Fernando Antunes)
A preocupação com o futuro leva o nome de Pedro, a nova vida que Franciele traz no ventre. (Foto: Fernando Antunes)

Camelódromo

A comerciante Franciele da Silva Nogueira, 26 anos, deseja que o próximo prefeito tenha atenção com o Camelódromo, centro comercial popular que há oito anos é sua fonte de renda. A preocupação com o futuro leva o nome de Pedro, a nova vida que traz no ventre, aos cinco meses de gestação.

“Que o prefeito olhe para o Camelódromo com mais carinho para esse centro popular. Aqui vem gente não só de Campo Grande, mas do Estado todo. Aqui se tornou um ponto turístico. Olhasse com o mesmo carinho com que olha para a Feirona e o Mercadão”, diz.

O gerente Marco espera pela revitalização do Centro. (Foto: Fernando Antunes)
O gerente Marco espera pela revitalização do Centro. (Foto: Fernando Antunes)

Revitalização do Centro

Gerente comercial da loja Passaletti, Marco Antônio Borges, 37 anos, vive a expectativa de que Centro de Campo Grande, enfim, passe por revitalização.

“A nossa maior preocupação é com o tempo que o comércio ficará fechado. Terá que ser quadra por quadra, porque vai ficar muito difícil se fechar toda a 14 de Julho.Vai ser preciso planejamento e acompanhamento”, afirma.

A diarista Aparecida madruga, mas perde tempo no transporte coletivo.  (Foto: Fernando Antunes)
A diarista Aparecida madruga, mas perde tempo no transporte coletivo. (Foto: Fernando Antunes)

Transporte Coletivo

A diarista Aparecida Cardoso, 47 anos, não é de perder tempo. Mas, apesar do esforço de acordar às 4h50 todos os dias, enfrenta de 40 minutos a uma hora de espera ao utilizar o transporte coletivo em Campo Grande.

“Tinha que melhorar mais, ter mais ônibus. Espero até uma hora na linha do Rita Vieira. O ônibus é muito demorado”, diz.

O vigilante Willian até duvida que obra do Centro de Belas Artes tenha fim. (Foto: Fernando Antunes)
O vigilante Willian até duvida que obra do Centro de Belas Artes tenha fim. (Foto: Fernando Antunes)

Obras paradas

Um elefante branco, a obra do Centro de Belas Artes, faz parte do cenário diário do vigilante Willian de Araújo, 27 anos. Inacabado, o local seria uma rodoviária, recebeu verba para o uso cultural, mas há décadas não passa de um projeto pela metade. 

“Até parece que isso não tem mais solução né? Aqui à noite tem muita malandragem. Além do dinheiro público jogado fora. No meu bairro, no Itamaracá, também tem uma escola inacabada, já levaram janela, madeira, fiação. O prefeito tem que concluir essas obras ”, afirma Willian.

Maria vai "comemorar" seis anos de vida em barracos. (Foto: Alcides Neto)
Maria vai "comemorar" seis anos de vida em barracos. (Foto: Alcides Neto)

Moradia

Depois de trocar um barraco na Cidade de Deus por outro no Bom Retiro, a dona de casa Maria Aparecida Crispim, 43 anos, espera políticas para a habitação.

"Tomara que Deus ajude e seja uma coisa melhor, que ajude nós a construir nossa casa. É muito duro ficar em barraco, quando vem temporal, chuva. Em novembro vai fazer seis anos que moro em barraco”, diz Maria, com o filho Lucas, de 1 ano e 9 meses nos braços.

Gilza enfrenta sol inclemente para trabalhar em frente à escola. (Foto: Alcides Neto)
Gilza enfrenta sol inclemente para trabalhar em frente à escola. (Foto: Alcides Neto)

Educação

Enfrentando o sol inclemente de Campo Grande, Gilza Fernandes, 52 anos, trabalha como vendedora ambulante em frente à escola, sendo mais conhecida como a “tia do doce”. Na rotina de quem está todos os dias com os estudantes, ela diz que aguarda mais do que promessas.

“Nas eleições vêm e falam uma coisa, depois continua do mesmo jeito. Só prometem muito, mas depois que ganha é tchau. Ninguém conhece ninguém. A gente gostaria que a educação fosse boa. Tem muita coisa para fazer”, afirma.

Marilda tem neto bebê e pede mais pediatras. (Foto: Alcides Neto)
Marilda tem neto bebê e pede mais pediatras. (Foto: Alcides Neto)

Saúde

Uma rede pública com mais pediatras e menor tempo de espera por consultas são as aspirações da cabeleireira Marilda de Fátima Ribeiro, 48 anos.

“A gente pede consulta e demora três, quatro meses para marcar. Tem vez que pede exame para o retorno e quando volta já está praticamente vencido. E também pediatras. Eu tenho neto e a gente depende de pediatra. Vai de bairro em bairro e não tem pediatra nos postos”, diz.

Borracheiro, Ivo Pereira afirma que problema no trânsito vem da imprudência. (Foto: Alcides Neto)
Borracheiro, Ivo Pereira afirma que problema no trânsito vem da imprudência. (Foto: Alcides Neto)

Trânsito

O borracheiro Ivo Pereira, 33 anos, avalia que o trânsito é bom e que os problemas vêm da imprudência dos condutores.

“Para mim está bom. A questão do buraco é porque não teve jeito mesmo. Eu circulo bastante pela cidade e os acidentes vêm da imprudência. As vias são bem sinalizadas. Aqui, tenho filmagem de carro andando sobre duas rodas, o pessoal que estraga”, conta.

Raimundo mora há 14 anos em Campo Grande e quer mais espaços de lazer. (Foto: Alcides Neto)
Raimundo mora há 14 anos em Campo Grande e quer mais espaços de lazer. (Foto: Alcides Neto)

Lazer

Campo-grandense há 14 anos, o mineiro Raimundo Rodrigues, 47 anos, avalia que a cidade precisa de mais espaços de lazer. Ele frequenta o parque Belmar Fidalgo quase todos os dias e acredita que a manutenção deveria ser igual nos locais mais distantes.

“Deveria investir em outros parques, no Belmar está bom o espaço. Mas falta locais de lazer pela cidade. O parque Ayrton Senna, por exemplo, é um espaço muito bom, mas falta manutenção”, afirma o cozinheiro.

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