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Política

Pastor tentou vender áudio de 'dica de fraude' a deputado citado na conversa

Oferta foi feita a Zé Teixeira (DEM), segundo o próprio, que diz ter recusado: "não me interessava"

Leonardo Rocha | 08/11/2016 14:38
Zé Teixeira diz que pastor tentou vender gravação sobre suposta fraude (Foto: Assessoria/ALMS)
Zé Teixeira diz que pastor tentou vender gravação sobre suposta fraude (Foto: Assessoria/ALMS)
Pastor Jairo havia negado extorsões e diz que apenas denunciou o caso ao Gaeco (Foto: Mayara Bueno)
Pastor Jairo havia negado extorsões e diz que apenas denunciou o caso ao Gaeco (Foto: Mayara Bueno)

O deputado estadual Zé Teixeira (DEM) revela que o pastor evangélico Jairo Fernandes Silveira foi até seu gabinete, na Assembleia Legislativa, tentar vender gravação de conversa entre os também parlamentares Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB), em que articulam suposta fraude na folha de pontos de funcionários do parlamento. No áudio, o parlamentar é xingado por um dos colegas.

Teixeira diz que na ocasião ouviu o conteúdo. No entanto, relata ter dito ao pastor que não se interessava pelo material.

"Este pastor entrou no meu gabinete com um assessor dele, que eu não sei quem é, dizendo que tinha uma fita, que a Globo queria pagar R$ 110 mil por ela. Então contou que tinha uma filha que estuda em Dourados e que, se eu pagasse seu aluguel, me daria uma cópia da gravação", conta Teixeira.

O deputado ressalta que então pediu para escutar a gravação e, depois de ouvir o conteúdo, se recusou a comprar o material. "Disse a ele que a fita não me interessava e que ele poderia vender para quem quisesse".

Segundo Teixeira, a conversa com o pastor aconteceu no ano passado. Na ocasião, lembra, estavam também no seu gabinete o ex-secretário de Fazenda de Dourados, Walter Carneiro, e Sammer Abder Rahman Abdallah, que trabalhou na Sanesul em Corumbá e hoje é servidor da Casa Civil.

"Não dou atenção a este tipo de coisa, tenho 76 anos de idade, entendo que as coisas devem ser corretas, mas, agora a gravação se tornou pública". Teixeira foi citado nesta conversa por Corrêa, que o critica com xingamentos, afirmando também que o colega "fala mais do que a boca".

Teixeira, primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, diz que existe previsão no regimento autorizando deputados estaduais a terem até 75% da verba dos parlamentares federais para gastos com pessoal, além de limitar a lotarem até 25 funcionários. "Acredito que todos aqui cumprem esta regra".

Felipe Orro (PDT) já havia relatado que o pastor, autor da denúncia do caso ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e dono do celular usado para gravar a tal conversa, também tinha o procurado na Assembleia para tentar extorqui-lo, mas ele sequer o recebeu.

O pastor Jairo Fernandes foi procurado para comentar as declarações de Teixeira, mas ele não atendeu às ligações. Ouvido pelo Campo Grande News em outras ocasiões, ele havia negado qualquer tipo de tentativa de extorsão com a gravação, e que ainda temia ser rotulado como "chantagista".

Corregedoria - O deputado estadual Maurício Picarelli (PMDB), corregedor da Assembleia Legislativa, já recebeu as defesas prévias tanto de Paulo Corrêa (PR) como de Felipe Orro (PSDB). Diz aue expediu um "convite" direcionado ao pastor Jairo Fernandes para que preste depoimento à Corregedoria, no dia 18 de novembro.

"Vamos agora avaliar a defesa dos deputados e também chamar todas as testemunhas para prestar depoimento e contar os detalhes de toda esta história", disse Picarelli.

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