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Política

Prefeitura é refém dos convênios, diz Bernal sobre desvios em entidades

Gaeco prendeu presidente da Omep e levou várias pessoas para depor, em decorrência de apuração sobre contratações fraudulentas

Mayara Bueno e Aline dos Santos | 14/12/2016 08:42
Prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), se diz refém de convênios investigados por fraudes nas contratações. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), se diz refém de convênios investigados por fraudes nas contratações. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Reconhecendo “crimes graves” nos convênios com a Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), se disse refém dos contratos e afirma que rompê-los de uma vez é impossível.

“O crime é grave, é um cabide de empregos, pessoas que nem trabalham. Tem contato direto dos vereadores com a direção das entidades e quem paga é a Prefeitura”, disse ao Campo Grande News.

Segundo o prefeito, não há como demitir 4,3 mil funcionários de “uma hora para outra” – como havia pedido a Justiça -, porque os servidores precisam ser substituídos. “Tem que fazer concurso, isso demanda tempo. Pedimos que a demissão fosse escalonada. O juiz foi lá na Seleta e viu que não cabem 20 pessoas, mas tem 170 lotadas de faz de conta”.

Ontem, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriu mandados referentes à Operação Urutau, que investiga associação criminosa, lavagem de dinheiro, peculato, improbidade administrativa dos presidentes das entidades, Maria Aparecida Salmaze (Omep), que está presa, e Gilbraz Marques da Silva, da Seleta, em contratações consideradas fraudulentas.

Depois que o MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) entrou com a ação, em abril, a Justiça determinou o rompimento do convênio, com a demissão dos 4,3 mil funcionários mantidos pelas entidades com verba pública.

Uma série de irregularidades, como funcionários fantasmas e quem recebia salários diferentes mesmo exercendo as mesmas funções, levou o MPE a apresentar a ação. Os convênios com as duas entidades somam em média R$ 6 milhões mensais para os cofres municipais.

Consta no pedido da operação de ontem, três mandados de prisão, sete de condução coercitiva e 14 de busca e apreensão. Os investigados fariam parte, direta ou indiretamente, de associação criminosa com a finalidade de lucrar em cima das terceirizações oferecidas pelas duas instituições.

De acordo com a investigação, os presidentes levavam vidas incompatíveis com as rendas obtidas como dirigentes das entidades.

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