ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 28º

Capital

Artigo sobre marcha evangélica também gera debate na Câmara de Vereadores

Bruno Chaves e Jessica Benitez | 29/08/2013 12:11

Publicado ontem (28) pelo Campo Grande News, o artigo “Fundamentalismo evangélico – ameaça à democracia”, escrito pelo Reverendo Carlos Eduardo Calvani, da Igreja Anglicana do Brasil, também gerou debate na Câmara Municipal. Nesta quinta-feira (29), a vereadora professora Rose Modesto (PSDB), que é evangélica, usou a tribuna do Legislativo para criticar as palavras e os termos utilizados pelo reverendo, após a realização da “Marcha para Jesus” que reuniu 40 mil pessoas em Campo Grande.

A vereadora se disse assustada com as declarações de alguém que se diz cristão. Ela definiu a marcha como um momento para reunir pessoas que acreditam e pregam a paz nas ruas. “É movimento que traz, no mínimo, coisas boas”, argumentou Rose, que se justificou dizendo que falava em nome da bancada evangélica da Câmara. “Mas acredito que os 28 vereadores me apoiam”, completou.

Durante o discurso, Rose leu trechos do artigo e citou, principalmente, a parte em que o reverendo discorre sobre os analfabetos funcionais: “Alguém em são consciência e com um mínimo de instrução ou sensibilidade consegue acreditar neles e em seus discursos? Somente os analfabetos funcionais, que pouco lêem (aliás, sequer a Bíblia lêem, ou lêem com olhares medievais) os apoiam”.

“É assim que o reverendo nos trata?”, questionou a vereadora. Rose também disse que tem respeito por todas as religiões e sabe que, no segmento do qual faz parte, existem pessoas má intencionadas. “Mas são poucas”, defendeu. Ela também afirmou que em todas as religiões existem “pessoas do bem e do mal”.

Para finalizar, a parlamentar garantiu que não irá fazer uma moção de repúdio ao reverendo e seu artigo porque “as pessoas não merecem isso”. No entanto, classificou o artigo como a fala de um líder discriminando uma religião.

Após a conclusão, uma fila de vereadores se formou no plenário. Todos queriam pedir a parte para também se pronunciarem sobre o assunto. O vereador Gilmar da Cruz (PRB), que também é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, disse que não sabia da existência do artigo. “Fiquei assustado com as palavras porque a marcha foi tranquila. Foram 40 mil pessoas unidas e de várias religiões”, comentou.

Flávio César (PT do B), membro da Igreja Adventista, explicou que a Marcha para Jesus foi uma grande oportunidade de adorar o Criador e abençoar a cidade.

Alceu Bueno (PSL), que estava cassado, e retornou à Câmara nesta quinta-feira (29) usou a palavra e disse que é missionário da Igreja Mundial do Poder de Deus. Ele opinou dizendo que “esse reverendo tem que procurar um psiquiatra”.

Elizeu Dionizio (PSL), filho de pastor e membro da Assembleia de Deus, falou que a marcha foi pacífica e defendeu a classe política que tem envolvimento com ingrejas. “Ninguém vai discutir placas de igrejas e a Constituição Federal garante livre arbítrio para os políticos serem religiosos”.

Alex do PT foi o único que se posicionou com ponto de vista diferente dos demais. Para ele, existe uma linha tênue entre religião e relações sociais. “Alguns lideres políticos evangélicos não sabem lidar com isso”, afirmou. “Eu acho que lideranças evangélicas estão se perdendo nesta cruzada porque estamos em momento de liberdade”, concluiu.

Nos siga no Google Notícias