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Capital

CRM investigará conduta de médicos envolvidos na máfia do câncer

Aline dos Santos | 20/03/2013 09:39
Casa de Adalberto Siufi foi alvo de operação Sangue Frio. (Foto: Marcos Ermínio)
Casa de Adalberto Siufi foi alvo de operação Sangue Frio. (Foto: Marcos Ermínio)

O CRM/MS (Conselho Regional de Medicina) vai abrir processo disciplinar para investigar a conduta ética dos médicos investigados na operação Sangue Frio. Realizada ontem pela PF (Polícia Federal), a ação revelou o submundo do tratamento contra o câncer, envolvendo denúncias de contratos suspeitos, superfaturamento, corrupção e formação de quadrilha.

De acordo com o assessor jurídico do CRM, advogado André Borges, a presidência do conselho requereu à Polícia Federal cópia da documentação. “É para avaliar a questão ética dos profissionais. Uma competência exclusiva do CRM”, enfatiza.

Na operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do médio Adalberto Abrão Siufi, diretor-geral do Hospital do Câncer e ex-diretor do setor de oncologia do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande. Ele chegou a ser preso por porte ilegal de arma. Mas foi liberado após pagar fiança de R$ 30 mil.

Informações extraoficiais dão conta do afastamento do médico José Carlos Dorsa Vieira Pontes da direção do HU. A reportagem entrou em contato com Dorsa, que não quis comentar a operação. A assessoria de imprensa do HU declarou que a instituição "não irá se pronunciar sobre o caso" e que ainda não tem a relação dos quatro servidores afastados: dois são efetivos e dois terceirizados.

Alvos - Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no HU, Hospital do Câncer, empresas que possuem contratos com o hospital público, escritório de contabilidade, residências e na Neorad. A empresa pertence ao médico Adalberto Abrão Siufi.

No Hospital Universitário, são investigados fraudes em licitações, corrupção passiva, desvio de dinheiro público e superfaturamento em obras. Já o Hospital do Câncer é suspeito de servir como fachada para desvio de dinheiro público. A unidade oferece tanto atendimento privado quanto pelo SUS e é administrada pela Fundação Carmem Prudente.

Na semana passada,o MPE (Ministério Público Federal) acionou a Justiça para pedir o afastamento dos diretores.
A unidade, que mantém contrato com a empresa cujo um dos proprietários é Siufi, cobrou por atendimento a paciente morto e remunera parentes do diretor com altos salários.

Outro detalhe é que a Neorad recebia tabela SUS (Sistema Único de Saúde) mais 70%. Em quatro anos, foram R$ 12 milhões. Em 2011, o hospital recebeu R$ 15,4 milhões de recurso do SUS.

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