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Capital

Obra sem fim terá enésima mudança e inauguração só em dezembro

Zana Zaidan | 01/11/2013 09:51
Teste de paciência: inauguração da Júlio de Castilhos, prevista para este mês, fica só para de dezembro (Foto: João Garrigó)
Teste de paciência: inauguração da Júlio de Castilhos, prevista para este mês, fica só para de dezembro (Foto: João Garrigó)

A entrega da obra de revitalização da Júlio de Castilhos pela prefeitura de Campo Grande será adiada mais uma vez. Agora, a inauguração está prevista para depois de 15 de dezembro de 2013. Segundo o secretário municipal de Infraestrutura, Habitação e Transporte, Semy Ferraz, a parte do projeto que trata da sinalização da via foi alterado e, para ser implantado, depende de um novo empréstimo da Caixa Econômica Federal. A mudança, mais uma desde que a obra começou a ser feita, vai custar em torno de R$ 1 milhão.

“Está faltando parte da sinalização. Placas de orientação, mais semáforos e sinalização horizontal ainda precisam ser implantados”, explica o secretário. “Algumas mudanças, como a da rua Yokohama, que seria mão única, mas não será mais, precisam estar bem explicadas para o condutor, para evitar qualquer tipo de transtorno no trânsito”, exemplifica.

Os retoques vão custar mais R$ 1 milhão, segundo o secretário. Até então, o orçamento previsto era de pouco mais de R$ 18,3 milhões – 95% da Caixa, por meio do programa Pró-Transporte, do governo federal, e 5% do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Segundo Ferraz, a nova alteração no projeto já foi encaminhada para a Caixa, que deve aprovar a liberação do dinheiro em 15 ou 20 dias. O secretário descarta a possibilidade que o banco não aprove o empréstimo, mas caso isso aconteça, a prefeitura se responsabiliza por inteirar a quantia. “Normalmente, a Caixa não interfere no projeto técnico. Mas, se acontecer, teremos que fazer com recursos próprios do município”.

Aprovado o empréstimo, o Ferraz estima mais uma semana para confecção das placas de sinalização, e outras duas para instalação. “Estamos trabalhando para que tudo fique pronto até 15 de dezembro”, garante o secretário de Obras.

Para Carlos, quando avenida for entregue já estará deserta. O comerciante contabiliza 11 colegas que abandonaram a avenida (Foto: João Garrigó)
Para Carlos, quando avenida for entregue já estará deserta. O comerciante contabiliza 11 colegas que abandonaram a avenida (Foto: João Garrigó)
Morador do Santo Antônio, José afirma que o se vê na avenida hoje não justifica tanto faz e refaz (Foto: João Garrigó)
Morador do Santo Antônio, José afirma que o se vê na avenida hoje não justifica tanto faz e refaz (Foto: João Garrigó)

“Faz e refaz” - Ferraz destacou que as inúmeras mudanças no projeto de revitalização da Júlio de Castilho são conseqüências de um projeto mal feito na gestão anterior. “Volto a dizer: é um exemplo do que não deve ser feito em uma obra. Mudamos para consertar os erros tanto no trânsito como nas ruas, e fizemos as adaptações necessárias”.

Segundo ele, a gestão do prefeito Alcides Bernal (PP) assumiu com 60% da obra de revitalização concluída pelo ex-prefeito Nelson Trad (PMDB), que deu início ao projeto em agosto de 2011. Na época, Trad estimou que em 14 meses a obra seria entregue em outubro de 2012.

O alto investimento e adiamentos ainda são motivos de revolta para moradores e comerciantes. “Eles falam que é para melhorar o trânsito, recapear o asfalto, mas de que adianta fazer tudo isso se quando ficar pronto não vai mais ter ninguém aqui?”, questiona o proprietário de uma loja de móveis na esquina com a rua Napoleão Laureano, Carlos Teixeira.

Teixeira conta que, por causa da obra, vários comerciantes já deixaram a região. “Só aqui nesse pedaço, que eu me lembre de cabeça agora, foram 11. É só olhar as placas de ‘Aluga-se’ e ‘Vende-se’”, mostra.

Aline Neves, 33, abriu um restaurante há seis meses na avenida, mas já nota o trânsito confuso e nada funcional. “É um transtorno. Quando vou fazer compras para o restaurante tenho que fazer uma volta enorme. Com tanto problema na cidade, tanto buraco, e ficam gastando dinheiro em uma obra que não trouxe nenhum benefício”, acredita. "A impressão que fica é que não tem planejamento. A gente vê homens trabalhando em um mesmo trecho várias vezes, e não acaba nunca", acrescenta.

A critica dos moradores é, principalmente, em relação às ruas Brasília, Yokohama e Sagarana, onde, segundo eles, o acesso ficou confuso e complicado, já que quem está do outro lado da Avenida (Júlio de Castilho) precisa percorrer um longo caminho para buscar um retorno.

Morador do bairro Santo Antônio, o aposentado José Marciano Sanches, 52, reclama da falta de semáforos, problema que, conforme a mudança do projeto, responsável por atrasar a obra, deve ser sanado. “Mas isso deveria ser prioridade. Como que fazer uma reforma dessa, e deixam os semáforos para serem colocados no final e, pior ainda, ficam prorrogando? O trânsito está uma bagunça e vive acontecendo acidentes”, pondera.

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