Oito anos depois, Santa Casa volta a realizar transplante de coração
A fila andou. De 20 pessoas, agora são 19 à espera de transplante do coração em Mato Grosso do Sul. Ontem, depois de oito anos, um transplante foi realizado na Santa Casa de Campo Grande. O lapso temporal entre o procedimento de ontem e o último, realizado em 2005, é explicado pela dificuldade de compatibilidade entre doador e receptor e o exíguo tempo que o órgão sobrevive fora do corpo.
De acordo com a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Claire Miozzo, a dificuldade se repete em todo o Brasil. “É um pouco mais difícil do que os outros órgãos. O prazo é de quatro horas entre a retirada do coração e o transplante. É muito pouco tempo. Para o rim, o prazo é de 48 horas”, explica a coordenadora.
O tempo curto exige logística, para que, caso não tenha doador compatível em Mato Grosso do Sul, o órgão seja enviado a outro Estado. “Em 2011, conseguimos enviar um coração para Brasília”, conta Claire.
No transplante realizado ontem, o doador estava internado na Santa Casa e teve morte encefálica. A família assinou um termo de responsabilidade e autorizou a retirada do órgão. O paciente era um homem de 45 anos.
O receptor, um homem de 50 anos, estava em casa e recebeu um telefonema chamando para a cirurgia. Para transplante do coração, é preciso haver compatibilidade sanguínea e de peso. As identidades do doador e do receptor não foram divulgadas.