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Capital

Projetado na década de 90, conjunto de lagos em parque não saiu do papel

Aline dos Santos | 13/01/2016 09:28
Segundo lago está assoreado e limpeza custa R$ 800 mil. (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo lago está assoreado e limpeza custa R$ 800 mil. (Foto: Marcos Ermínio)
Conforme arquiteto, três pequenos lagos formavam praça das águas em projeto original do parque. (Foto: Fernando Antunes)
Conforme arquiteto, três pequenos lagos formavam praça das águas em projeto original do parque. (Foto: Fernando Antunes)

Projetado na década de 1990, o Parque das Nações Indígenas previa uma praça lacustre, que após duas décadas não tem previsão de sair do papel. Um dos responsáveis pelo “nascimento” do maior parque de Campo Grande, ainda na gestão do ex-governador Pedro Pedrossian, o arquiteto João Bosco Delvizio afirma que o objetivo de mais lagos era juntar recurso natural e beleza cênica numa “praça das águas”.

“Nós projetamos o grande lago e, mais acima, quase na confluência com o córrego Prosa e o Reveilleau, o que nós chamamos de um conjunto de três pequenos lagos”, afirma. A proposta da praça lacustre era para ter mais uma área de lazer, com ornamentação, e, além da questão cênica, serviria para barrar sedimentos.

Apesar da utilidade de contenção, João Bosco avalia que os três lagos não seriam capazes de conter os alagamentos no entorno do parque, tomado pela chuva em dezembro de 2015, repetindo cenário conhecido há anos pelos campo-grandenses.

“Houve a intenção de aproveitar esse recurso [hídrico]. Mas a questão fundamental era um equipamento de lazer, de entretenimento, utilização de espaços náuticos. Não para que isso viesse resolver qualquer problema de drenagem. Até porque, da construção do parque para cá, aquela região se urbanizou muito intensamente”, explica.

Na Capital da década de 90, o local que recebeu o grande lago era um alagadiço. Com as intervenções, passou a ser um ponto nobre do parque. Mas enquanto o entorno tem pistas e  atrai visitantes, o espelho d'água enfrenta assoreamento. Desde então, foi feito somente mais um lago e não há previsão de novos.

“O segundo lago foi projetado com volume maior do que o previsto. Isso demonstrou que não tinha necessidade de outros lagos”, afirma o gerente do setor de Unidades de Conservação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Leonardo Tostes

O segundo lago já está assoreado e o custo para limpeza é de R$ 800 mil. Conforme o Imasul, o problema com macrodrenagem só será solucionado quando a prefeitura de Campo Grande concluir obra de “piscinão” perto da avenida Hiroshima.

A bacia de contenção vai reter a areia e o volume de água. Mas, por enquanto, só a água pluvial foi canalizada para o córrego Reveilleau, que se encontra com o Prosa dentro do parque.

As obras para reduzir o impacto da impermeabilização do solo foram definidas em acordo com o MPE (Ministério Público do Estado), que já foi informado sobre a situação.

No mês passado, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que a obra tinha ritmo lento devido a aumento do índice pluviométrico e readequação do projeto. Ainda conforme a administração municipal, a obra do Complexo Mata do Jacinto, no valor de R$ 35.507.942,43, teve execução de 49,91% .

Com 119 hectares, o Parque das Nações tem média de dois mil visitantes de segunda a sexta-feira e sete mil pessoas aos sábados.

Prédios refletidos na água marrom do grande lago. (Foto: Marcos Ermínio)
Prédios refletidos na água marrom do grande lago. (Foto: Marcos Ermínio)
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