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Capital

Refém por 2h30 de bandidos, idosa veio de SP para MS por medo da violência

Francisco Júnior e Paula Maciulevicius | 26/07/2012 10:09
O casal que ficou refém de bandidos em meio aos policiais que atenderam a ocorrência. (Foto: Minamar Junior)
O casal que ficou refém de bandidos em meio aos policiais que atenderam a ocorrência. (Foto: Minamar Junior)

“Tenho ódio. Tenho vontade de matar. Eu sempre fui uma pessoa do bem”. A frase marcante é de uma idosa de 64 anos que deixou a capital paulista há 3 anos para fugir da violência, mas que acabou sendo vítima aqui em Campo Grande do que mais temia. Ontem (25), a casa dela foi invadida por dois bandidos.

Bastante abalada, a idosa relatou à reportagem do Campo Grande News os momentos de pânico que ela, o marido de 71 anos e o neto de sete anos viveram na mão dos assaltantes.

A vítima conta que os três chegaram na casa, que fica no Jardim Panamá, por volta das 17 horas, e encontraram pegadas no fundo do imóvel, que ainda está em construção, mas não encontram ninguém no local.

Por volta das 19h40, ela diz que ligou para a filha, que mora em São Paulo, e contou o que havia acontecido. Segundo a idosa, no momento em que desligou o telefone ouviu um baralho na janela que fica em uma das laterais da casa.

O marido foi para os fundos da casa ver se havia alguém no local, mas nada foi encontrado. Depois disso, a mulher relata que tornou a ouvir um barulho, agora vindo do cômodo onde o neto estava dormindo. Quando entrou viu o reflexo do bandido, que estava atrás da porta. Ela gritou e acabou assustando o bandido encapuzado. Ele mandou que ela ficasse quieta.

O outro assaltante entrou pela sala e rendeu o idoso. “Quando vi estava com dois homens encapuzados dentro de casa”, lembra. Ela relata que um dos bandidos aparentava ter entre 13 e 14 anos, enquanto que o outro cerca de 20 anos.

Adolescente apreendido suspeito de assaltar família. (Foto: Minamar Júnior)
Adolescente apreendido suspeito de assaltar família. (Foto: Minamar Júnior)

A idosa conta que durante a ação, a dupla disse que não estava armada, mas que fora da casa outros dois comparsas tinham armas e estavam prontos para matá-los.

Os assaltantes ficaram por cerca de 2h30 na casa. Durante esse período, jantaram e vasculharam a residência à procura de objetos de valor.

Com intuito de fazer com que os bandidos deixassem o local, as vítimas disseram que o restante da família iria chegar e que era para eles levar o que quisessem. A dupla retrucou dizendo que não se importava nem com eles e nem com a Polícia.

A idosa relata que achou que seria morta pelos bandidos. Segundo ela, o que aparentava ser maior de idade a todo o momento tinha atos de violência. “Teve uma hora que ele foi para cozinha. Achei que iria pegar uma faca para nos matar”.

Após carregarem o carro das vítimas, um Fiesta, com objetos roubados da casa, a dupla se juntou com outro comparsa que ficou vigiando o local, e saiu levando o idoso. A mulher ficou com o neto dentro da casa.

Ao perceber que não tinha mais ninguém na residência, a idosa foi para a rua e pediu ajuda dos vizinhos.

O marido dela ficou em poder dos bandidos por mais algum tempo. Eles seguiram de carro por bairros próximos da região onde as vítimas moram. Pararam em uma casa e descarregaram as mercadorias roubadas. O idoso contou para a Polícia, que os bandidos chegaram a oferecer para ele um cigarro de maconha.

Os bandidos só abandonaram o carro e o idoso depois que um guarda noturno, conhecido da familia das vítimas, viu o veículo e ligou para um dos filhos da idosa e para a Polícia.

Os bandidos só abandonaram o carro e o idoso depois que um guarda noturno, conhecido da familia das vítimas, viu o veículo e ligou para um dos filhos da vítima e para a Polícia.

O idoso e o carro foram encontrados no bairro Silvia Regina. Antes de fugirem, os três homens utilizaram jornais para tentarem retirar as impressões digitais deles do veículo.

Por volta das 5h de hoje, um adolescente suspeito de participar do roubo, foi apreendido no Jardim Aeroporto, ao invadir uma escola na tentativa de fugir da Polícia. As vítimas reconheceram o menor e os objetos que estavam com ele.

A Polícia trabalha para prender os outro envolvidos no crime.

Trauma– A idosa disse que pretende se mudar da casa onde tudo aconteceu. Ela disse que pensava que em Campo Grande iria encontrar a paz que não tinha em São Paulo. O casal era dono de uma panificadora e por inúmeras vezes foram assaltos.

“A gente agora não tem direito de desfrutar pelo o que a gente tanto trabalhou para conseguir”, desabafa.

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