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Capital

Sem liminar da Justiça, Prefeitura remove barracos em área invadida

Francisco Júnior e Viviane Oliveira | 24/04/2013 09:58
Retroescavadeira faz a remoção dos barracos no terreno. (Foto: Simão Nogueira)
Retroescavadeira faz a remoção dos barracos no terreno. (Foto: Simão Nogueira)
Cléa acompanhou apreensiva a remoção do barracos. (Foto: Simão Nogueira)
Cléa acompanhou apreensiva a remoção do barracos. (Foto: Simão Nogueira)

Sem autorização da Justiça, a Prefeitura de Campo Grande removeu, na manhã de hoje, barracos que estavam sendo montados em um terreno invadido no Jardim Anahy, região do córrego Lagoa. Cinco famílias, que já se instalaram no local e não foram despejadas, acompanharam apreensivas o trabalho dos servidores da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Cerca de 20 guardas municipais foram deslocados para o terreno, que fica no cruzamento da rua Petrópolis com a rua Rolim Moreira. Eles fizeram um cordão humano em frente à área invadida.

De acordo com Maria Luiza Rolim, chefe de divisões de fiscalização de áreas verdes e políticas ambientais da Semadur, o terreno faz parte de uma reserva ambiental e a administração passada já havia retirado famílias daquele local. “Eles estão cometendo crime ambiental. Jamais aquele trecho deveria ser desmatado”, explicou.

Segundo ela, as famílias já foram contempladas com casas, mas venderam e retornaram para o terreno. “Essas famílias já foram notificadas para deixarem o local”, afirma.

Cléa Felix Alves, 41 anos, mora com os filhos e o genro em um dos barracos. Ela relata que nunca foi sorteada para receber casa do Governo Estadual ou da Prefeitura, apesar de ter inscrição da Agehab (Agência Estadual de Habitação) e Emha (Agência Municipal Habitação).

“Se sairmos daqui, não teremos para onde ir. O jeito é voltar de novo para o mesmo local. O que nós queremos é uma casa”, diz Cléa, que morava de aluguel no bairro Guanandi.

A diarista Ellen Karolina da Costa, de 29 anos, está no terreno há três meses desde que o marido foi preso. Mãe de três crianças, também nega que tenha recebido casa de algum programa social.

“A situação apertou depois que meu marido foi preso. Sem condições fui obrigada a vir para cá”, reclama. Ela afirma que fez inscrição para ser contemplada com uma casa da Prefeitura, mas até agora não teve êxito.

As cinco familias que já estão no terreno, não foram retiradas. A Prefeitura não tem autorização da justiça para obrigá-las a saírem do local.

Atualmente, o déficit habitacional de Campo Grande é de 35 mil moradias.

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