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Interior

Índios protestam contra exoneração de médico que atendia comunidade

Caroline Maldonado | 03/03/2016 08:45

Indígenas da aldeia Taboquinha, em Nioaque, a 179 quilômetros de Campo Grande, fazem protesto desde ontem (2) a tarde, mantendo quatro pessoas reféns na casa de máquinas do abastecimento de água. Eles afirmam que o único médico que atende a comunidade foi exonerado, depois de reclamar da falta de recursos para trabalhar.

Os manifestantes querem que seja enviado um médico ao local e a presença do coordenador do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), Hilário da Silva.

As lideranças das quatro aldeias da região estão se reunindo hoje (3) e mobilizando moradores para o protesto. De acordo com os índios, desde sexta-feira (26), não há atendimento médico, porque o Dsei não enviou outro profissional para substituição.

Antes de ser exonerado, o médico informou ao Dsei que não havia combustível para deslocamento da cidade para aldeia. Os manifestantes afirmam que, recentemente, um dentista também foi exonerado após fazer reclamações, no entanto, outra profissional foi designada para substituí-lo.

O coordenador técnico do Dsei, Vanderlei Guenka, informou que o órgão acionou a Polícia Federal para intervir na detenção dos funcionários, porque a situação pode ser classificada como cárcere privado. O órgão também enviou uma equipe de saúde do Polo Base de Aquidauana para a aldeia Taboquinha.

Segundo Vanderlei, os índios mantêm reféns um engenheiro eletricista, uma engenheira civil, um biólogo, que foram até o local pra fazer a manutenção do abastecimento de água, além do motorista. "São pessoas que trabalham para melhoria de qualidade da vida deles e não poderiam passar por isso, serem mantidos reféns em um local insalubre", comentou o coordenador.

Conflito - A atual gestão da coordenação distrital da Sesai em MS é alvo de reclamações por parte de um grupo indígenas. O coordenador Hilário da Silva chegou a ser afastado em 2015. Lindomar Terena foi nomeado pelo Ministério da Saúde para ocupar o cargo, mas portaria do próprio órgão suspendeu a nomeação. Representantes, tanto do grupo que apoia Lindormar, como do que é a favor de Hilário fizeram manifestações na sede em Campo Grande, em novembro de 2015.

Em janeiro, indígenas da região de Miranda, a 201 quilômetros de Campo Grande, fizeram protesto reivindicando melhorias no atendimento de saúde para cerca de 9 mil habitantes, de oito aldeias e uma área de acampamento. Eles reclamaram de demora nos encaminhamentos para cirurgias, ausência de médicos e alegaram que veículos defasados eram usados para transporte de pacientes.

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