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Interior

Ministra quer punição exemplar para assassinato de índio de 15 anos

Nyelder Rodrigues e Helton Verão | 25/02/2013 20:59
Ministra visitou no final desta tarde de segunda-feira o governador André Puccinelli (Foto: João Garrigó)
Ministra visitou no final desta tarde de segunda-feira o governador André Puccinelli (Foto: João Garrigó)

A Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, visitou no final da tarde desta segunda-feira (25) o governador André Puccinelli (PMDB) para conversar sobre a morte do indígena Denilson Barbosa, 15 anos, morto em Caarapó por um fazendeiro no dia 17 deste mês.

Durante a entrevista coletiva, a ministra afirmou que não haverá impunidade, e que o caso deve servir como exemplo para não acontecer mais. Além disso, ela explicou que o acordo não tem que contemplar todos. “Não se trata de fazer um acordo entre nós – se referindo a ela e André – e esquecer os mais necessitados”.

Maria do Rosário afirmou que está trabalhando junto ao governo para garantir punição no caso, que é especial, no sentido de garantir segurança e que as comunidades indígenas tenham direito à vida digna.

Ela também comentou sobre as ameaças que as testemunhas do crime, dois indígenas que estavam junto com Denilson e presenciaram ele sendo capturado, apanhar de pistoleiros e depois ser morto com disparos na cabeça. Antes do crime, eles eram perseguidos e na fuga, a vítima ficou presa a uma cerca, sendo alcançada.

“O governo federal e o estadual, e o MPF (Ministério Público Federal), têm programas de proteção a vítimas e testemunhas. Queremos ir à fonte da ameaça. Quem matou não poderia matar e quem ameaçou tem que parar, levando a responsabilidade a quem está ameaçando”, declarou a ministra, que acrescentou. “Para isso temos o inquérito, um delegado destinado a esses casos, o apoio da Força Nacional, PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PF (Polícia Federal)”.

Quanto a questão de policiamento nas aldeias, que são de responsabilidade da União, a ministra afirmou que desde 2008 existe uma proposta do Governo do Estado para fazer esse policiamento, havendo apoio federal para isso, mas que a execução dessa política de segurança ainda está sendo buscada.

“A questão fundiária aqui é bem complexa e só podemos trabalhar construindo consenso, de forma harmoniosa e pacífica. O Governo Federal, o Estadual e a bancada parlamentar em Brasília estão buscando uma forma de trabalhar essa questão”, finalizou Maria do Rosário.

Governador - O governador André Puccinelli confirmou que o Estado tenta desde 2008 uma parceria com o Governo Federal, e que as duas esferas administrativas sempre tiveram um consoante no que fazer.

Entretanto, Puccinelli criticou as dificuldades que houve nas ações com o Ministério da Justiça, e que não houve continuidade por parte do MPF nas conversar. O governador também afirmou que acredita que com após conversar com a ministra, algo novo acontecerá.

“Fizemos compromisso em ter rigor nas investigações nesse e em outros casos. O que queremos é a preservação da vida. Espero não ter divisões no futuro que essa é parte do Governo Federal, aquela é do Estadual”, comentou André.

Além disso, Puccinelli voltou a relatar problemas com o custeio operacional durante os seis meses em que a Polícia Federal ficou no Estado por causa das questões fundiárias envolvendo indígenas.

Conforme o governador, foram usados policiais e viaturas do Estado em apoio. “Depois de seis meses, negaram míseros litros de combustíveis prometidos”, reclamou Puccinelli.

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